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Pão e Rosas | A cada 6 horas uma mulher foi vítima de feminicídio no Brasil em 2023! Basta de violência contra as mulheres!

Os índices de violência contra a mulher seguem aumentando no país e mesmo diante do aumento e de recordes de feminicídio e estupros a frente ampla continua incapaz de apresentar um programa que responda a esse problema nacionalmente latente.

quinta-feira 7 de março | Edição do dia

Depois de mais de um ano do regime frenteamplista de Lula-Alckmin, toda a demagogia do novo arranjo ministerial de caráter “progressista” vem à tona: os índices de violência contra a mulher seguem aumentando no país, provando mais uma vez a incapacidade da frente ampla em oferecer respostas a um problema nacionalmente latente. O governo segue conciliando com setores que disseminam o discurso de ódio e a negação da emancipação feminina. Para manter a aliança com os representantes das igrejas e os defensores dos valores patriarcais, a frente ampla não prioriza as pautas da luta das mulheres.

No último boletim Elas Vivem: Liberdade de Ser e Viver, divulgado em 2023, foi revelado que oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas em oito dos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (BA, CE, MA, PA, PE, PI, RJ, SP). Esse número representa um aumento de 22,04% em relação ao ano anterior, totalizando 3.181 mulheres vítimas de violência. Entre os tipos de violência relatados estão ameaças, agressões, torturas, ofensas, assédio e feminicídio.

Os dados mostram que houve 586 vítimas de feminicídio. A cada 6 horas, uma mulher morreu em razão do gênero, principalmente pelas mãos de parceiros ou ex-parceiros (72,7%), utilizando armas brancas (em 38,12% dos casos) ou armas de fogo (23,75%). As violências sofridas, como ameaças, agressões, torturas, ofensas, assédio e feminicídio, são inúmeras e não se limitam às mortes registradas.

Em SP, o governo de Tarcísio de Freitas (cujo partido Republicanos, de Carlos Bolsonaro e Damares Alves, agora faz parte da frente ampla do governo PT) no ano passado congelou os investimentos destinados ao combate à violência contra as mulheres, mesmo diante do aumento e do recorde de feminicídios e estupros no estado, reflexo do discurso machista e misógino da extrema direita, que autoriza e legitima a violência de gênero. Além disso, o governo não utilizou os recursos destinados a novas delegacias da mulher, tendo executado apenas 3% do total de R$ 24 milhões previstos na Lei Orçamentária Anual.

Nos últimos 10 anos, um Estudo divulgado nesta quinta-feira (7) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que pelo menos 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no país, sendo que o levantamento leva em conta apenas os casos que foram oficialmente registrados dessa forma pela polícia. Isso significa que, num Estado onde os aparatos de segurança são regidos sob a lógica patriarcal do militarismo, onde a polícia é extremamente misógina, a subnotificação de casos de feminicídio pode chegar a níveis inimagináveis uma vez que a tipificação legal é arbitrária e geralmente se encontra sob a responsabilidade de um homem. Não há novidade no machismo da justiça burguesa, mas é preciso considerar fatores sociais e de gênero que marcam a imprecisão desses dados.

Somente o fortalecimento de uma perspectiva socialista do feminismo e a união de todas as trabalhadoras e trabalhadores, de todos os setores populares e de forma independente dos governos e patrões pode oferecer uma resposta à altura das atrocidades legadas por uma história de opressão patriarcal, num país onde a precarização e a opressão tem rosto de mulher.




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