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DECLARAÇÃO | Abaixo a carnificina na Baixada Santista! Tarcísio é responsável

Segundo a última contagem divulgada pela imprensa o número de mortos pela polícia na baixada santista chegou a 45. Um verdadeiro morticínio promovido pelo governador Tarcísio e pelo Secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite. Essa operação sangrenta, desencadeada sob o pretexto de combate ao crime organizado, tem como verdadeiro objetivo impor um regime de terror contra o povo que cedo ou tarde irá se rebelar contra uma política de precarização e privatização imposta pelo governo do Estado. É urgente uma ampla mobilização dos sindicatos, dos movimentos de direitos humanos, do movimento negro. Só a mobilização pode parar a máquina de morte da policia militar de São Paulo

quinta-feira 14 de março | 21:57

A chamada “Operação Verão” do governador Tarcísio e da Polícia Militar se desenrola como uma sinistra marcha sangrenta que amedronta a população do litoral sul de São Paulo. A operação foi iniciada em dezembro do ano passado como desdobramento da “Operação Escudo”, em resposta ao assassinato de um soldado da Rota no fim do mês de julho. A partir da morte do PM Samuel Wesley em 02 de fevereiro deste ano foi iniciada a segunda e mais sangrenta fase da operação. No documento que a Defensoria Pública enviou à ONU, caracteriza as duas operações como um ato de vingança institucional, já que segundo a própria Secretaria de Segurança Publica foram deflagradas como resposta ao assassinato do soldado da Rota. O banho de sangue no litoral paulista é protagonizado pela mesma PM em São Paulo que com um golpe de fuzil matou um jovem de 21 anos, Matheus Ferreira, em uma moto, em plena luz do dia, na Brasilândia no último dia 25 de fevereiro. A mesma PM que tirou a vida do jovem Iguinho de apenas 14 anos em Santo André.. E é exatamente disso que se trata, de impor um regime de terror para afirmar a autoridade da PM de São Paulo sobre as periferias daquele que é o estado mais rico da federação.

A Rota, a tropa de elite da Polícia Militar foi fundada no auge da ditadura, em 1970, com o objetivo expresso de combater os opositores da ditadura. Sua principal atribuição, como consta do site oficial da PM, de acordo com decreto promulgado pelo governador tucano Mário Covas em 1999, está a “execução de ações de controle de distúrbios civis e de contra-guerrilha urbana”. De acordo com o mesmo site oficial da PM, a doutrina da Rota é “peculiar”, para enfrentar a “guerra diária nas ruas de São Paulo”. Essa doutrina peculiar é a que está sendo posta em prática agora na Baixada Santista. Uma doutrina de guerra contra o povo, herança direta da elite escravocrata dos tempos do império, da Ditadura Militar e dos seus esquadrões da morte.

É esse passado nunca enfrentado quem vem à tona agora sob a liderança do governador Tarcísio. Se acumulam as denúncias dos crimes cometidos pela PM na marcha sangrenta para impor sua vingança. Execuções sumárias, manipulação da cena do crime, invasão de domicílios, ação de PMs sem identificação, são apenas alguns dos exemplos de como atua a PM paulista. Nada disso se justifica ou se explica pelo combate ao crime organizado. A racionalidade por trás de uma operação tão sangrenta é a da gestão da pobreza pela via de impor um regime de terror policial nas periferias.

Cada concessão feita pelo governo da Frente Ampla com setores da direita e da extrema direita, a pactuação com os militares e a proibição de qualquer ato oficial para lembrarmos os crimes da ditadura, têm como contrapartida deixar a extrema direita militar de mãos livres para atuar como a PM de São Paulo está atuando na Baixada, enquanto um estado governado pelo PT, a Bahia, também vem sendo recordista em vítimas da violência policial.

O governador que privatiza e precariza tem agora as mãos sujas de sangue. Nenhuma conciliação com os assassinos do povo, que só se fortalecem a cada acordo com o governo federal. As centrais sindicais precisam sair da passividade, unificar as lutas em curso como a greve dos professores municipais de São Paulo com a luta contra as privatizações e incorporar como pauta de toda a classe trabalhadora a luta contra os crimes da polícia militar. De Paraisópolis à Baixada, nossa luta é uma só. Não esqueceremos, não perdoaremos. O caminho para enfrentar Tarcísio e parar o morticínio cometido pela PM no litoral sul é o da mobilização.




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