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Todo apoio aos metroviários! | Abaixo as demissões dos que lutam contra a privatização do Metrô!

O Metrô e o governo Tarcísio demitiram até agora 8 metroviários, quase todos diretores sindicais e membros da CIPA, sendo um deles o vice-presidente do sindicato, e suspenderam mais um. Um ataque arbitrário e autoritário ao direito de greve, manifestação e organização sindical, feito de forma descarada, já que a motivação das demissões, por escrito, é explicitamente política: pela atuação dos trabalhadores na mobilização da categoria, que está em luta contra a privatização do Metrô, da Sabesp e CPTM, contra as terceirizações que Tarcísio está tentando impor no atendimento aos usuários e manutenção do Metrô, e contra punições anteriores a outros metroviários por lutar.

quarta-feira 25 de outubro de 2023 | Edição do dia

Tarcísio há meses declarou uma guerra contra os trabalhadores anunciando o objetivo de privatizar essas estatais, inclusive todas as linhas do Metrô, até 2025, o que é um duro ataque a toda a população que precisa desses serviços. Os trabalhadores têm demonstrado uma grande disposição de luta, como vimos na greve unificada do dia 3/10, que teve uma adesão histórica, forte apoio da população, e só não foi uma greve geral em SP contra os ataques de Tarcísio porque as direções das maiores centrais atuaram para não levar essa oportunidade à frente. E os metroviários têm sido uma das categorias que mais lutou nos últimos anos, desde o início da pandemia, contra a precarização dos transportes, por medidas como a contratação de mais funcionários para atender a população, e agora contra a privatização. Esse é o significado desse ataque, que é a maior demissão política contra os metroviários desde as demissões realizadas por Alckmin em 2014. Tarcísio está tomando essa medida com o objetivo de derrotar uma categoria que tem sido vanguarda nas lutas nos últimos anos, e linha de frente da batalha para barrar as privatizações. Quer derrotar os metroviários para passar todos esses ataques favorecendo os lucros de empresários nacionais e estrangeiros e se projetar como candidato da extrema-direita para as eleições de 2026.

Portanto, é muito importante ter claro o que está em jogo na luta contra essas demissões, que são um ataque não só a todos os metroviários, mas a toda a classe trabalhadora, e também a toda a população que depende desses serviços. É a defesa do direito de greve e de manifestação, claro, mas é também a luta contra a privatização dessas empresas, e dos serviços básicos de que a população precisa, como transporte e água. Tarcísio e o Metrô atacam as greves dos metroviários também com sua demagogia dizendo que as paralisações “prejudicam a população, deixam quem mais precisa na mão, causam dano ao transporte”. Pelo contrário, essa luta é o obstáculo que pode impedir o avanço daquilo que realmente está prejudicando a população e deixando as pessoas correndo risco, e sem transporte: a privatização. É o que toda a população está vendo claramente nas falhas cotidianas das linhas privatizadas de trem da Via(I)Mobilidade, com fogo nos trens, teto desabando nas estações, panes elétricas, trens rodando de portas abertas, passageiros tendo que descer dos trens no meio dos trilhos, etc. Isso sim prejudica a população e causa dano, mas obviamente Tarcísio atua só em defesa dos empresários bilionários que estão lucrando causando essa situação.

É contra isso, e em defesa de todos os trabalhadores e de toda a população que usa esses serviços, que os metroviários estão lutando. É esse o significado da luta para reverter já essas demissões.

Essa luta precisa triunfar. E isso só poderá acontecer apostando na mobilização independente dos trabalhadores. Pois é preciso dizer: o plano de privatizações de Tarcísio se apoia na política e nas medidas concretas do governo Lula-Alckmin, que recém incorporou o Republicanos, partido de Tarcísio, em seu ministério, aprovou o Arcabouço Fiscal que libera do teto as verbas investidas em privatizações e PPPs, e anunciou que Lula lançará o PAC em São Paulo com um acordo com Tarcísio para investir R$10 bilhões do BNDES nas obras de privatização de Tarcísio, incluindo a Linha 2 do Metrô e o trem para Campinas.

Os metroviários terão uma assembleia nesta quarta, 25/10, e a diretoria do sindicato aprovou a proposta, a ser levada à assembleia, de greve no dia 31/10 contra essas demissões. É fundamental a participação de toda a categoria nessa assembleia, e uma forte votação a favor desse indicativo de greve. E também a aprovação de um plano de medidas de mobilização nesses próximos dias, com setoriais, distribuição de carta aberta à população, continuidade da retirada de uniforme, e outras medidas para preparar a greve.

Também é fundamental construir em outras categorias a solidariedade ativa a essa luta. É também a privatização da CPTM e da Sabesp, a redução do orçamento para a educação pública e a primeira fase da reforma administrativa– que Tarcísio enviou para a Alesp em caráter de urgência para aprovação ainda esse ano – que estão em jogo nessa luta. Disso também dependem as condições para enfrentar os ataques de Tarcísio em muitas outras categorias, como na educação.

É preciso exigir das maiores centrais sindicais, como CUT, CTB, Força e UGT, que também atuam na direção dessas categorias, um chamado à greve geral contra as privatizações e ataques de Tarcísio. Não podemos aceitar os limites que essas centrais, que também compõem o governo de frente ampla, assim como o partido de Tarcísio, vieram colocando à luta.

Além disso, estamos batalhando pela mais ampla campanha democrática contra as demissões no Metrô. É fundamental a manifestação e ação de todos que defendem as liberdade democráticas elementares como o direito de greve, de manifestação e organização sindical, que os parlamentares de partidos como PSOL e PT abram suas bancadas no parlamento para que os demitidos defendam a luta contra a privatização, que juristas e intelectuais se manifestem, assim como os partidos e as figuras públicas da esquerda, como Boulos, que podem usar seu alcance para fazer essa campanha e esses argumentos chegarem na população, buscar abrir espaços de televisão, tudo que seja possível para dar a mais forte cobertura democrática à luta dos metroviários e à greve do dia 31/10.

Também é fundamental nesse momento fortalecer a organização pela base. Está aberto o processo de eleição de delegados sindicais no Metrô, e isso ganha ainda mais importância como instrumento para fortalecer a organização e a luta contra esses ataques. Também viemos defendendo avançar com medidas de auto-organização para a luta que podem ser decisivas na preparação e condução de uma nova greve, como um comando de greve com representantes de base eleitos nas setoriais de cada área.

ABAIXO AS DEMISSÕES NO METRÔ!

Toda força à luta contra a privatização e por transporte para a população!




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