Um dos principais hospitais da cidade de Campinas está passando por um profundo processo de ataque com sua precarização e terceirização a mando do governo de Dário, aliado de Bolsonaro.
domingo 22 de janeiro de 2023 | Edição do dia
A prefeitura de Dário Saadi desfere mais um ataque aos trabalhadores de Campinas. Após o absurdo aumento da passagem, a suspensão do Cartão Nutrir e em meio às consequências das fortes chuvas e do planejamento governamental urbano para poucos, o aliado de Bolsonaro levou a frente a terceirização do Pronto Socorro Adulto (PSA) do Hospital Mario Gatti, um dos principais hospitais da região.
Em dezembro, foi homologada a licitação para terceirizar a contratação de 181 profissionais de enfermagem para os hospitais municipais Ouro Verde e Mário Gatti. Teoricamente, apenas para repor a saída de funcionários temporários e de aposentados, a contratação aprofunda uma política de precarização que faz com que o hospital esteja a quase 10 anos sem concurso público e com quadro de funcionários cada vez menor.
Os enfermeiros e enfermeiras denunciaram que a contratação serve como porta de entrada para uma terceirização ainda mais ampla no hospital, uma vez que, os efetivos que já estavam trabalhando no hospital, e com experiência na função, foram realocados de seus locais, deixando o Pronto Socorro Adulto com os novos contratados.
Já os trabalhadores terceirizados, já entram precisando lidar com a alta demanda, sem passarem por uma formação que os auxilie no atendimento ao público, e com salários e direitos que não correspondem com suas formações profissionais. Os trabalhadores efetivos relataram que se dispuseram a ajudar os novos companheiros de trabalho, mas foram impedidos pela chefia. Com isso, a população tem sofrido com um atendimento mais precarizado, pois os trabalhadores não têm as condições de trabalho que necessitam para atender com qualidade.
Além de pagar menos aos trabalhadores terceirizados, Dário e os políticos reacionários de Campinas, preparam a privatização do Hospital e de diversos outros serviços públicos. A exemplo do seu aliado no governo do Estado, Tarcísio de Freitas, que já prometeu privatizar a Sabesp e o Porto de Santos (esse último inclusive com acenos de Lula e setores do PT).
Os ataques à saúde em Campinas não são recentes. O Hospital Ouro Verde também já vinha sendo precarizado, inclusive com um grande esquema de corrupção que envolvia a empresa Vitale e a prefeitura de Jonas, e teve como resultado também o avanço do processo terceirização e privatização, o que reduziu o salário dos trabalhadores e piorou o serviço oferecido a população.
Amanhã (23) ocorrerá ato em frente ao Mario Gatti contra a terceirização e privatização. Nós do Esquerda Diário e do MRT, nos somamos a luta das trabalhadoras e trabalhadores do hospital, e colocamos nossas forças à disposição dessa mobilização.
Somente a luta dos trabalhadores e usuários do sistema de saúde pode garantir o fim de qualquer privatização, a garantia de direitos dos trabalhadores já efetivos, a efetivação dos trabalhadores terceirizados sem necessidade de concurso e com os mesmos direitos para ampliação do atendimento, e um SUS 100% estatal e controlado pelos próprios trabalhadores e a população. Só assim, para que de fato a saúde atenda aos interesses e necessidades reais dos trabalhadores e não dos grandes monopólios de convênios e de seus aliados, como Dário Saadi.
Chamamos os sindicatos, a começar pelo STMC que ao invés de seguir sua política de colaboração com a prefeitura, deveria colocar todo seu aparato à disposição da luta das enfermeiras e enfermeiros, e parlamentares e organizações de esquerda a cercarem de solidariedade a luta dos trabalhadores da saúde de Campinas, sendo parte da luta contra a terceirização e privatização.
