Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
quarta-feira 24 de agosto de 2016 | Edição do dia
Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, dirigido pela CUT, apresentou proposta de Plano de Demissão Voluntária (PDV), cuja meta é 1400 demissões. Os trabalhadores que aderirem ao plano receberão 100 mil, mais seis meses de convênio médico e multas rescisórias. Já os trabalhadores que permanecerem terão garantia de trabalho até dezembro de 2017, desde que seja atingida a meta de demissões voluntárias.
Desde o dia 16, os trabalhadores da Mercedes enfrentam o fantasma das demissões em massa. Nas últimas assembleias, o efetivo era de 7 mil nas ruas contras o ataque, já que o ABC é a região que possui o maior número de demitidos no país.
É de saltar aos olhos como a CUT mais uma vez trai os trabalhadores, que, mobilizados, poderiam servir de exemplo para o conjunto da classe trabalhadora do país, enfrentando a patronal com métodos históricos e radicalizados, como piquetes e cortes de rua. Porém, dirigidos pela CUT, eles têm sido levados a derrotas ano após ano. É fundamental exigir que esses setores da burocracia que hoje dirigem setores chave da economia rompam com sua paralisia e organizem um verdadeiro plano de lutas que enfrente a crise econômica e política, exigindo a formação de uma lei contra as demissões, como medida emergencial para que nenhuma família mais fique sem sustento.