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JUSTIÇA PARA DAUNTE WRIGHT | Cidades dos EUA têm terceiro dia de protestos contra a morte racista de Daunte Wright

Várias cidades americanas viram na última terça-feira, 13/04, a terceira noite seguida de protestos antiracistas contra a morte de Daunte Wright, jovem negro assassinado pelas mãos da polícia racista americana

quarta-feira 14 de abril de 2021 | Edição do dia

Foto: The New York Times

Na tarde de domingo (11), Daunte Wright foi morto por um policial e foi deixado na rua durante horas no Brooklyn Center, subúrbio de Minneapolis. Wright, 20 anos, estava em seu carro quando foi parado pela polícia. Alguns minutos depois o oficial de polícia atirou e o matou, logo a poucas milhas de onde Eric Chauvin estrangulou George Floyd até a morte. Esse é o mais recente de uma longa série de assassinatos contra pessoas negras e latinas - especialmente contra negros - cometidos pela polícia.

Várias cidades americanas viram na última terça-feira, 13/04, a terceira noite seguida de protestos antiracistas. Começou no domingo logo após Daunte Wright ser morto pela policial Kim Potter na cidade de Brooklyn Center, subúrbio de Minneapolis.
Assim como ano passado na ocasião pelo morte George Floyd, as manifestações se espalharam como um rastilho de pólvora rapidamente pela cidade de Nova York, onde uma multidão marchou do bairro do Brooklyn até a ilha de Manhattan, e também em Minneapolis, Kansas City, Omaha, Los Angeles, Portland e Seattle.

Policial que atirou em Daunte Wright pediu demissão

Kim Potter trabalhava no Departamento de Polícia de Brooklyn Center há 26 anos. No início da tarde de domingo, policiais pararam Daunte Wright em razão de uma infração de trânsito. Quando descobriram que ele tinha um mandado de prisão pendente, tentaram prendê-lo. Ele estava fora do carro quando reagiu à voz de prisão e começou a discutir com um dos policiais.

Kim puxou sua pistola e a segurou por sete segundos, gritando três vezes: “Taser, taser, taser” (a arma de eletrochoque, em inglês). Em seguida, ela dispara contra Wright. “Porra, atirei nele”, disse Kim.

Mesmo baleado, Wright conseguiu entrar no carro e dirigiu por alguns quarteirões antes de bater em outro veículo e acabou morrendo no local. A namorada, que estava no banco do carona, ficou ferida.

A polícia considerou o caso como um “disparo acidental”. No entanto, especialistas tentaram explicar como uma policial com 26 anos de experiência poderia ter confundido a pistola com uma arma de choque, bem mais leve e desenhada especialmente para se diferenciar de uma arma de fogo.

Alguns especialistas citaram dois casos parecidos. O primeiro de 2009, em Oakland, na Califórnia, quando um guarda de trânsito sacou a pistola, em vez do taser, e matou Oscar Grant, de 22 anos. O segundo de 2015, em Tulsa, no Estado de Oklahoma. Um policial matou Eric Harris, de 44 anos, ao disparar seu revólver também pensando que era uma arma de choque. A semelhança dos dois casos: as vítimas eram negras.

Segundo estudo da Northwestern University, publicado em 2019, 1 em cada 1.000 negros americanos é morto pela polícia. O risco aumenta entre os 20 e 35 anos.
Wright foi morto a poucos quilômetros de onde está sendo realizado o julgamento do ex-policial Derek Chauvin, acusado pelo assassinato de George Floyd.

A mãe de Wright, Katie, disse que o filho lhe telefonou no domingo para dizer que a polícia o havia parado por ter um desodorizador pendurado no espelho retrovisor, o que é ilegal em Minnesota. Ela disse que ouviu um policial pedir que o filho saísse do carro. “Ouvi uma briga, e ouvi policiais dizendo ‘Daunte, não corra", contou a mãe, aos prantos. Segundo Katie, a ligação caiu e, quando ela ligou de volta, a namorada do filho atendeu e disse que ele estava morto no banco do motorista.

O pai de Wright, Aubrey, disse que rejeita a explicação de que a policial Kim Potter possa ter confundido sua pistola com uma arma de eletrochoque. “Eu perdi meu filho. Ele nunca mais vai voltar. Eu não posso aceitar isso. Um erro? Isso não parece certo. Esta policial está na ativa há 26 anos. Eu não posso aceitar isso”.

A morte de Wright mostra que o ressurgimento do Black Lives Matter é profundamente necessário e o BLM deve se juntar à classe trabalhadora, à esquerda e aos trabalhadores organizados para lutar contra o estado capitalista e a polícia que o protege. Daunte Wright está morto; vamos homenageá-lo por lutar contra o estado que o assassinou.




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