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GOVERNO BOLSONARO | Com certeza que pacto com STF garante impunidade, Bolsonaro decide não depor em processo

Bolsonaro se deu ao luxo de não comparecer para depor no caso da interferência na PF, denunciado pelo seu ex-ministro Moro, aberto em abril deste ano.

sábado 28 de novembro de 2020 | Edição do dia

O inquérito aberto em uma denúncia do ex-ministro da justiça, Sergio Moro, foi aberto em abril, baseado na escandalosa gravação da reunião ministerial de 22 de abril, onde Bolsonaro declara que precisava “saber das coisas” na polícia federal do Rio, e que investigações não poderiam prejudicar “minha família” e nem “meus amigos”. Declarou ainda que trocaria superintendente do Rio, o diretor-geral da PF ou até mesmo o ministro da Justiça para garantir que isso acontecesse. Mesmo sendo considerado uma das providências finais do inquérito e sendo determinado por Celso de Mello, que era o ministro relator até a sua aposentadoria, que o depoimento fosse presencial e autorizando a defesa de Moro a acompanhar, Bolsonaro negou que vá prestar depoimento e ainda pediu ao relator Alexandre de Moraes que os autos do inquérito sejam encaminhados à Polícia Federal para "elaboração de relatório final" que será submetido ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para apresentar a denúncia ou pedir arquivamento.

Após o comunicado de Bolsonaro, Alexandre de Moraes ainda prorrogou por 60 dias o inquérito. Moraes que já foi alvo de críticas de Bolsonaro quando interferiu na posse de Alexandre Ramagem para o comando da PF, possui relatoria de mais dois inquéritos relacionados ao bolsonarismo e ao presidente, um deles sobre apuração de atos antidemocráticos de aliados do presidente e outro de investigação de uma rede de ataques à ministros do STF. Ainda assim, Moraes ainda cede tempo à Bolsonaro e prorroga prazo para que Bolsonaro eventualmente possa mudar sua decisão.

O fato da recusa de Bolsonaro em depor, apenas demonstra que ele não se importa muito com o rumo da investigação e está confortável com isso, evidenciando que o pacto entre as alas institucionais, incluindo o judiciário, está muito bem firmado, dando tranquilidade à Bolsonaro para recusar prestar depoimento sem justificativa, somente a seu bel-prazer. Pacto esse que foi selado principalmente pelo ministro Dias Toffoli, até a pouco tempo presidente do STF, que, mesmo entre algumas farpas durante o governo Bolsonaro, demonstrou um alinhamento ímpar que figurou inclusive em um caloroso abraço em evento na casa de Toffoli, e que vinga em nome da destruição dos direitos da classe trabalhadora, e dos ataques aos pobres, aos negros, as mulheres, aos LGBT’s e ao povo precarizado em prol da economia capitalista, que assola os trabalhadores para gerar lucros ao empresariado, interesse em comum entre todas as alas do regime.




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