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CORONAVÍRUS | Com mais de 100 mil mortos, Bolsonaro mente dizendo que não faltaram recursos para o SUS

segunda-feira 10 de agosto de 2020 | Edição do dia

Foto: Sérgio Lima/Poder 30

“Vamos tocar a vida” foi o que Bolsonaro disse em relação às 100 mil mortes por COVID-19. E como se não fosse suficiente, nesse domingo (9) em seu twitter escreveu “quanto à pandemia, não faltaram recursos, equipamentos e medicamentos para estados e municípios. Não se tem notícias, ou seriam raras, de filas em hospitais por falta de leitos UTIs ou respiradores”. A única conclusão possível é que Bolsonaro não vive no mesmo país que o restante da população.

Nesse final de semana ultrapassamos a marca dos 100 mil mortos por coronavírus no Brasil. Já são 101. 136 mortes, com mais de 3 milhões de casos confirmados, além da subnotificação existente por conta da falta de testes massivos. O Brasil também mantém uma média de 1000 mortes por dia e, mesmo assim, o governo federal utilizou somente 29% do dinheiro que recebeu para o combate à pandemia, conforme relatório do Tribunal de Contas da União no final de julho.

As filas nos hospitais por falta de leitos não são raros como diz Bolsonaro. Foram inúmeros casos de cidades onde os hospitais tinham que recusar pacientes por não ter recursos ou mesmo tinham que fechar suas portas. A única coisa rara de se ver no combate à pandemia são EPIs adequados aos trabalhadores da saúde e todos aqueles que são linha de frente e seguem trabalhando em meio a pandemia. É revoltante vermos trabalhadores da saúde tendo que utilizar a mesma máscara durante o dia inteiro ou até saco de lixo como avental para se proteger. Falar que não faltaram recursos é rir na cara de milhares de trabalhadores que se expõem todos os dias sem o mínimo de proteção adequada oferecida pela empresa, que estão tendo seus salários cortados e sendo demitidos.

É preciso uma política séria de combate a pandemia, que nem o governo militarizado de Bolsonaro e Mourão ou os governadores podem oferecer. Tampouco o congresso e o STF, que são parte de aprovarem leis para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores, como a reforma da previdência e a EC 95 do Teto de Gastos. Os únicos capazes de dar uma saída a essa crise são os trabalhadores junto de toda população oprimida. Somente eles não exitariam em decidir entre o lucro do patrão ou a vida da população.

Por isso é preciso lutar pela auto-organização dos trabalhadores em cada local de trabalho, unificando todos setores, tanto efetivos como terceirizados, para que juntos batalhem contra todos os ataques, impondo a proibição de demissões, corte de salário e exigindo a recontratação de todos os demitidos, bem como uma contratação massiva no setor da saúde. Para isso é preciso que as Centrais Sindicais, como a CUT e a CTB (dirigidas pelo PT e PCdoB) rompam com a sua subordinação à agenda dos capitalistas para organizar os trabalhadores desde as bases com uma política independente.




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