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GREVE DOS PETROLEIROS | Dilma e a Petrobras querem enrolar os petroleiros e seguir a privatização: é preciso fortalecer a greve!

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

segunda-feira 9 de novembro de 2015 | 22:20

Os petroleiros em todo o país aguardavam ansiosos o desfecho das negociações de hoje. As sinalizações da empresa não apontam a que consigamos os dois objetivos fundamentais de nossa greve: não à privatização e nenhum direito a menos. Frente a enrolação da empresa é preciso fortalecer nossa greve estando atentos para impedir que o assédio da empresa e o recuo que a FUP já está armando nos traia nesta luta.

O que a empresa propos?

Ainda há poucas informações que foram disponibilizadas aos petroleiros seja pela empresa, seja pela FUP ou FNP. As informações que foram correndo as listas de whatsapp é que empresa está nos enrolando. Quer ganhar no desgaste. O que já pode se saber é que a empresa irá amanhã a tarde apresentar uma proposta econômica e que hoje já adiantou à FUP uma proposta sobre os “desinvestimentos”, este eufemismo para privatização. Segundo nota da FUP

“A Pauta pelo Brasil apresenta iniciativas para garantir a retomada dos investimentos da Petrobrás e a preservação dos ativos da empresa. O RH propõe remeter essas propostas para um grupo de trabalho paritário, formado por representantes da empresa e da FUP, que terá 60 dias para se posicionar. A Federação reafirmou que o trabalho deste grupo deve levar em conta os impactos que a redução dos investimentos da Petrobrás causa no PIB, na geração de empregos, na balança comercial do setor e na arrecadação de royalties, propondo soluções para o endividamento da empresa. A FUP também cobrou que o resultado do GT seja encaminhado ao governo.

Ou seja, falar, falar, e aí quem sabe submeter ao governo, para quem sabe o governo se sensibilizar, enquanto isto o patrimônio da empresa vai sendo dilapidado, entregue as empresas imperialistas, como já foi o caso da GASPETRO entregue à japonesa Mitsui.

A FUP fala em fortalecer a greve mas está preparando o contrário disto

A nota emitida pela FUP fala em fortalecer a greve em todo o país, mas ela não tomou nenhuma medida para isso no dia de hoje. Pior que isso, nesta nota, tiram o eixo da luta contra a privatização e apresentam diversas outras pautas que, apesar de corretas, apontam que querem colocar para desviar a luta, como: ataque à organização sindical, nenhum centavo para a contingência, saúde e segurança, recomposição dos efetivos, retomada dos investimentos e manutenção dos ativos, defesa do regime de partilha do pré-sal, incorporação da FAFEN-PR e por fim nenhum direito a menos.

Todas estas pautas que constam da chamada “Pauta pelo Brasil” da FUP. Mas a “incorporação da TRANSPETRO”, que também faz parte dessa pauta, desta vez a FUP omitiu, sinalizando que vão tirar o eixo da luta contra a privatização, justamente quando toda a categoria se levantou dizendo “não à privatização”. Alguma comissão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) vale algo se 40% da empresa for vendida?

A comissão paritária sobre o desinvestimento servirá para o que? Ela, no máximo servirá para ter dois pareceres, um da empresa, outro dos sindicatos, para a empresa ver o que fazer. E sabemos o que ela e Dilma querem: vender a Petrobras.

Portanto, conforme viemos alertando em artigos do Esquerda Diário a FUP que não quis entrar na greve para não se contrapor a “seu” governo agora está caçando uma maneira de sair dela tentando vender algum peixe estragado da privatização em algum papel de embrulho bonito de comissão.

Para fortalecer a greve, organizar pela base e unificar a categoria nacionalmente

Para não sermos derrotados na mais forte greve desde 1995, é preciso superar os limites impostos pela FUP e CUT que discursam contra a privatização mas não se movem verdadeiramente. Cinquenta piqueteiros da CUT em cada refinaria não tem nada a ver com a força necessária para parar um projeto privatista que é defendido por toda burguesia nacional, de Dilma a Temer e Aécio. Lula em seu silêncio sobre nossa greve avaliza o plano privatista de sua sucessora.

As negociações separadas, a inexistência de um comando de greve nacional fortalecem a empresa e o governo para privatizar a Petrobras e seguir retirando direitos no acordo coletivo.

A FNP que tem emitido comunicados para construir um comando de greve nacional precisava passar das palavras a ação: chamar a eleger um representante de cada unidade e com esta força exigir a presença dos dirigentes sindicais da FUP. Desta unidade não só nos fortaleceriamos para as negociações mas para fortalecer o movimento, organizar fortes atos regionais e nacionais, organizar setores para gerarmos impactos maiores na produção e circulação de combustíveis, efetivamente nos organizar para dar um salto na guerra necessária contra a direção da empresa e contra o governo Dilma para defendermos este patrimônio que deveria estar a serviço da população brasileira e não para a venda ao imperialismo ou presa do roubo dos indicados políticos e seus parceiros nas empreiteiras.

Viva a greve dos petroleiros!
Abaixo a privatização da Petrobras! Nenhum direito a menos!
Por comandos de greve locais e um comando nacional eleito em cada unidade do sistema Petrobras!




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