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ABSURDO | Doméstica foi mantida em cativeiro por patroa na Bahia por 35 anos sem remuneração

Arlinda Pinheiro de Souza Santos foi condenada na Justiça do Trabalho por manter empregada doméstica trabalhando por mais de 35 anos sem receber remuneração na Bahia.

sexta-feira 12 de junho de 2020 | Edição do dia

Segundo o G1, a vítima chegou a ser resgatada no dia 21 de dezembro de 2017, a partir de denúncias anônimas ao MPT que foram confirmadas pela própria trabalhadora, encontrada na residência, que disse em depoimento que trabalhava sem remuneração. Nesse depoimento, a trabalhadora informou que "recebia em troca" moradia, alimentação e vestuário. Mas em 2018, se viu obrigada a voltar para a situação de trabalho análogo à escravidão, depois de receber apenas míseras seis parcelas de seguro-desemprego, que não correspondiam em nada o serviço prestado à patroa.

Só agora é que o MPT afirma também que a sentença para a patroa é de pagamento de cerca de R$ 170 mil para a trabalhadora por indenização por danos morais, verbas rescisórias e reconhecimento do vínculo e recolhimento de INSS e FGTS pelo período de trabalho, que ainda foi limitado na sentença aos últimos cinco anos de trabalho, porque a Justiça entende que os direitos anteriores a isso prescreveram.

Não há justiça burguesa que responda aos interesses dos trabalhadores, contra as heranças racistas deixadas pela escravidão. Isso é herança asquerosa da concepção de que é relegado à mulher negra um papel de servidão e submissão, quando realizavam trabalho de mucamas, que cuidavam de todo trabalho de reprodução da vida na Casa Grande, utilizado para assentar as bases do capitalismo no Brasil e em todo o mundo.

É o governo misógino, racista e representante mais podre dos interesses dos patrões de Bolsonaro e toda sua corja de Mourão, militares, que respalda que ainda exista trabalho escravo no Brasil, como vemos com as declarações nojentas de Weintraub na reunião ministerial, mas também pelos ataques aos direitos dos trabalhadores, com a Carteira Verde e Amarela, MP da Morte.

E é inaceitável que no país em que Mirtes, empregada doméstica que perdeu seu filho Miguel de 5 anos por desprezo da patroa, Sari Gaspar Côrte Real, Recife, isso ainda aconteça.

O que é escancarado hoje é como para a burguesia brasileira as vidas negras e pobres não valem nada, inclusive pelas próprias ações tomadas por sua justiça. Por isso que exigimos Justiça para Miguel, por investigação independente, assim como no caso de João Pedro.

A herança da escravidão tem que ser destruída! Não esqueceremos, não perdoaremos, até derrubar Bolsonaro, Mourão, o racismo e o capitalismo, para conquistar uma sociedade livre de exploração e opressão!




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