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MANAUS SUFOCA | "É preciso um plano de emergência já para os hospitais de Manaus", diz Diana Assunção

A situação caótica nos hospitais em Manaus, com os relatos dramáticos de familiares e trabalhadores da saúde pela falta de oxigênio para os pacientes, é a última expressão da barbárie que o capitalismo leva a sociedade em meio a crise pandêmica. Conversamos com Diana Assunção a respeito dessa expressão bárbara: "É preciso um plano de emergência já para os hospitais de Manaus".

sexta-feira 15 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Manaus, que foi uma das cidades mais impactadas na primeira onda da COVID-19, vive agora nova situação gravíssima com o colapso do sistema de saúde que não dispõe sequer de oxigênio para socorrer os pacientes acometidos pela doença, que agonizam diante dos olhos impotentes de médicos, enfermeiros e dos familiares que testemunham a tragédia.

Conversamos com Diana Assunção, editora do Esquerda Diário, a respeito desse quadro de calamidade social:

Durante o pico da primeira onda de casos em Manaus, a cidade já havia mostrado sua insuficiência de recursos para enfrentar a pandemia, com o colapso do sistema de saúde diante da falta de leitos, e até do sistema funerário. Uma falta de recursos que foi expressão dos anos de desmonte da saúde pública produzidos pela gestão capitalista, resultado do plano de ajustes do golpe institucional encabeçado por Guedes, Bolsonaro, Rodrigo Maia e o STF como a aprovação do teto de gastos que retirou do SUS R$ 22,5 bilhões entre 2018 e 2020.

Da tragédia do primeiro pico para esta nova explosão dos casos que vivemos nenhuma ação foi tomada no sentido de aumentar a oferta de leitos, de insumos e equipamentos necessários para se antecipar a uma possível nova onda de casos, ainda mais provável frente ao descaso do governo Wilson Lima (PSC) que não realizou a testagem massiva da população e agravado pelo negacionismo bolsonarista que junto às associações comerciais pressionaram pela reabertura comercial.

É preciso agora tomar medidas urgentes através de um plano de emergência para enfrentar a situação de barbárie que os hospitais manauaras se encontram. É necessário o confisco de todo o oxigênio disponível no mercado para atender a demanda da população, é expressão da irracionalidade capitalista que num momento desses um produto essencial para as vidas seja utilizado para alimentar a ganância de empresários. Essa produção deve estar sob o controle dos trabalhadores que são aqueles que devem estar a frente de responder a crise e não nas mãos negligentes de políticos ou gananciosas de empresários. É necessário centralizar a fila de leitos de UTI, que está em mais de 480 pessoas na espera, para que não sejam apenas os mais pobres a pagar com suas vidas pela falta de UTIs. Além da contratação de trabalhadores da saúde para atender ao aumento da demanda de pacientes.




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