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ATAQUE À APOSENTADORIA | Em meio à disputa entre poderes, Temer empurra ataque à aposentadoria de todos brasileiros

Marcello Pablito Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

segunda-feira 5 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Após o STF decidir pelo afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado por meio de uma liminar, Temer anunciou que a proposta de reforma previdenciária chega terça (06) à Câmara dos Deputados. O governo golpista articulou uma reunião com centrais sindicais hoje após o expediente para fechar a proposta de reforma previdenciária, a CUT não compareceu emitindo uma nota de protesto, enquanto que Paulinho da Força Sindical, parceiro de golpe de Temer, declarou ser “inaceitável”. Os detalhes da reforma previdenciária nem a imprensa golpista sabe informar direito, já que ninguém tem acesso ao texto na íntegra.

Tudo indica que o texto desta reforma muda a depender da disputa entre o poder legislativo e judiciário, da correlação de forças na disputa entre o STF e Renan, e da explosão de novos escândalos dentro da cúpula do governo como o caso Geddel. A única coisa que com certeza não muda na proposta de todos estes políticos e juízes o objetivo central de todos estes golpistas, seja da toga ou do colarinho branco: atacar as aposentadorias de todos os trabalhadores brasileiros.

A último “informação” liberada pelo governo através de conta pessoal de Temer no Twitter, é de que os políticos serão inclusos na reforma previdenciária:

Por sua vez, Policiais, Militares e Bombeiros não serão incluídos na reforma, e isso quer dizer não só agradar as forças repressivas que tanto tem garantido a repressão das manifestações contrárias aos ataques de Temer, como também o alto escalão de oficiais de alta patente das forças armadas que vivem de aposentadorias exorbitantes.

Afirmar que a reforma da previdência vale “para todos” é uma grande piada vindo de Temer, que se aposentou com 55 anos, realidade da maioria desta casta política que “trabalha” três vezes por semana no ar condicionado ganhando um salário de marajá, benefícios como auxílio paletó, viagens, e todo o tipo de benesses apenas para aprovar leis no interesse dos patrões contra os trabalhadores e a população pobre.

A reforma, que vai ser enviada à câmara de deputados nesta terça, contém entre ela medidas que vão aumentar em média 12 anos de trabalho para os homens e 17 para as mulheres, ao combinar a proposta de idade mínima de 65 anos para se aposentar com o fator previdenciário de Dilma. Além disso, a União vai reter o salário do trabalhador, aumentando a contribuição previdenciária de 11% para 14% imitando o que já é proposto por Pezão em seu pacote contra o funcionalismo no Governo do Rio de Janeiro. Trabalhadores rurais, em sua maioria em empregos irregulares, vão ser ter que contribuir para receber o benefício, o que significa na prática que não o terão já que a maioria nem são registrados.

Não temos ilusão que o parceiro do golpe Paulinho da Força vá defender os trabalhadores. Contra mais este ataque, é urgente que as centrais sindicais que se declaram contra os ataques de Temer e seu governo, como o caso das ex governistas CUT e CTB, cessem sua trégua com o governo golpista organizando um verdadeiro plano de luta contra os ataques organizados no congresso, por Temer e o STF. Em meio à crise nacional, os trabalhadores podem dar uma resposta independente das patronais e seus partidos. Para nós do Esquerda Diário, essa resposta é impor com a força da luta uma nova constituinte, evitando propostas como eleições diretas e indiretas que servem para colocar um novo ajustador no poder.

Para impormos uma Nova Constituinte é necessário em primeiro lugar que a CUT e CTB deem um basta a sua trégua a Temer, ao STF e ao Congresso que seguem aprovando ataques dia atrás dia mesmo com tanta crise política no país. É preciso um verdadeiro plano de luta e não medidas isoladas, é preciso organizar assembleias e mobilizações nos locais de trabalho para que os trabalhadores tomem em suas mãos o combate a PEC 55, à reforma da previdência e para dar uma saída própria nessa crise política.




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