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Entre repressão policial aqui e ofensiva militar em Rafah, apoio e solidariedade à Palestina contra o genocídio de Israel marca presença no carnaval em todo o país

Redação

Entre repressão policial aqui e ofensiva militar em Rafah, apoio e solidariedade à Palestina contra o genocídio de Israel marca presença no carnaval em todo o país

Redação

As festas carnavalescas demarcaram um apoio à resistência Palestina nesse mês de fevereiro, momento em que Israel continua seu projeto de aniquilação em Gaza.

O carnaval e seus foliões levaram bandeiras da Palestina e gritos por uma Palestina Livre nas ruas de todo o país. Em meio ao feriado no Brasil, o genocídio em curso na Palestina não tem previsão de encerrar-se. Todavia as pressões pelo cessar-fogo e a acusação de genocídio em Haia por países como a África do Sul não apresentaram um real combate à política imperialista de Israel, muito devido às relações de diversos países com a burguesia sionista, que tem como projeto político e econômico a ofensiva militar contra os palestinos e o território palestino, alvo de uma conquista sangrenta por parte de Israel. Ao mesmo tempo, a classe trabalhadora de todo o mundo toma as ruas desde novembro, juntando por vezes mais de 15 mil em atos e manifestações políticas. Além disso, como vimos agora no Brasil, manifestações culturais também impulsionam esse grito por uma Palestina Livre, em oposição mesmo ao governo federal, que parte de uma política pacifista e dúbia de cessar-fogo, pois justamente não busca realizar o necessário para acabar com o genocídio: romper todas as relações com o Estado de Israel, responsável por esse genocídio a céu aberto no século XXI.

A ofensiva militar do Estado de Israel contra os palestinos, que vem destruindo completamente a região da Faixa de Gaza desde outubro do ano passado, intensificou-se nas últimas semanas em zonas de refúgio em Rafah, no sul de Gaza, que conta com mais de um milhão de refugiados. Desprovidos de suas casas e suas vidas pelo incessante bombardeio israelense, Israel busca justamente essas zonas de refúgio para continuar seu projeto de extermínio dos palestinos, mesmo sobre diversos alertas da comunidade internacional e de representantes de outros países. A última escalada do conflito deu-se buscando o resgate de dois reféns israelo-argentinos do Exército do Hamas, o que levou a um ataque brutal a todos os refugiados palestinos. Não é novidade que o exército de Israel ataca sem distinção, crianças jovens e mulheres são bombardeadas quando Israel explode praças inteiras e mais de 30 hospitais, agora o alvo é justamente o resultado desses meses de ataque: os campos de refugiados em Farah. Vale ressaltar que o reacionário Milei, presidente da Argentina, celebrou a operação militar, que atacou diversos prédios de Rafah sobre o uso de bombardeios e contou com pelo menos mais 100 mortos. A poucos dias nas redes sociais, circulou vídeos de soldados israelenses atirando sem distinção com rifles e lança-mísseis nos escombros de Gaza, no que parecia para eles uma grande brincadeira. Essa onda de ataques é totalmente realizada no marco do massacre da população palestina e na violência e ódio contra os habitantes de Gaza.

Entre essa dupla-mão, na qual a população vai às ruas em manifestações e até mesmo no carnaval, ou como na Argentina, com o paro nacional no qual a organização de artistas como o “Unidxs por la Cultura” mobilizou diversas manifestações contra a Ley Omnibús de Milei, um sionista declarado com um projeto neoliberal para argentina e que fortalecerá brutalmente a burguesia internacional. No carnaval do Brasil: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília Recife e Olinda, Salvador, São José dos Campos e outras tantas cidades mostraram belos gestos de solidariedade ao povo palestino nos blocos e shows desse carnaval. As Frentes de solidariedade do Povo Palestino protagonizaram ações em blocos de rua em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, e artistas como Siba Veloso levaram a bandeira da Palestina aos seus shows de Carnaval, no caso dele que ocorreu na Basílica do Carmo, em Recife. Camisas com a bandeira da Palestina estavam presentes entre os foliões, e os batuques das bandas dos blocos levavam as cores e as palavras para uma Palestina Livre.

As manifestações populares desse carnaval, que trouxeram aos montes a bandeira da Palestina, demonstraram o papel que as mobilizações populares no país levam de levantar grandes pautas que demonstram o potencial revolucionário da classe trabalhadora e dos setores oprimidos, que são protagonistas na ocupação das ruas e na produção artística não só dos blocos de ruas mas como também dos desfiles das Escolas de Samba. A própria Vai-Vai, que trouxe uma grande apresentação demonstrando o papel repressor da Polícia assassina e sua história de chacinas no Estado de São Paulo (que, por sinal, é armada por armamentos israelenses - os mesmo que estão matando hoje na Faixa de Gaza), marca outra grande parte desse carnaval que levanta pautas populares: a repressão policial.

Não à toa celebrações que tomam a frente as ruas de todo o país com manifestações artísticas, mensagens por uma Palestina Livre e reverberam uma prática e um direito à cidade que anunciam rompimento com formas e práticas do capitalismo, que condiciona a classe trabalhadora unicamente ao trabalho e no mais recente período, a precarização - por meio da terceirização e de jornadas 6x1 - surgiu uma grande repressão policial no país. Não só a PM de Tarcísio e Nunes, que em São Paulo lançou inúmeras vezes sprays de pimenta aos foliões e reprimiu ativamente blocos de rua, mas também buscou censurar a própria Vai-Vai. Mas como também na Bahia, onde o governo de Jerônimo e do PT também ativamente reprimiu e agrediu foliões em Salvador - um carnaval que por sua vez é muito demarcado por blocos privados, e é o Estado em que a polícia mais mata jovens negros no país.

Os conflitos em curso em todo o mundo, das ruas do Brasil até Gaza, demonstram como que o sistema capitalista busca reproduzir, por meio do Estados-nações e suas ofensivas militares, mas também pela repressão à população e manifestações culturais por meio das polícias, a ruptura mais brutal entre os atos de solidariedade da classe trabalhadora à nível internacional, como também as manifestações artísticas que surgem em combate aos diversos ataques cotidianos. Justamente por isso, é preciso organizar mobilizações que promovam um confronto contra a polícia de Tarcísio e seu governo marcada pela privatização dos serviços básicos e pelo assassinato da juventude negra. Da mesma forma, é preciso de maneira independente buscar uma oposição ao governo Lula, de Frente Ampla, que não faz uma real oposição à crescente extrema-direita no país e não busca um combate ao genocídio em curso em Gaza, para realmente conseguir usar essa grande potência demonstrada em solidariedade à Palestina pelas ruas e transformar essa opressão em mobilizações para encerrar esse regime de opressão internacionalmente.


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