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REABERTURA DAS ESCOLAS | Escolas estaduais de São Paulo enfrentam reabertura insegura com falhas de estrutura

Problemas de ventilação, falta de energia, obras inacabadas e mato alto. Estas são reclamações recorrentes de professores, alunos e pais nas escolas estaduais da capital paulista reabertas nesta semana em meio a pandemia, a mando de João Doria e Rossieli Soares.

quarta-feira 10 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Filipe Araujo

Escolas estaduais da capital paulista reabriram nesta segunda-feira (8) com falhas de infraestrutura, algumas com consequências sanitárias. Problemas de ventilação, falta de energia, obras inacabadas e mato alto são reclamações recorrentes por professores, alunos e pais.

A mando do governador João Doria (PSDB) e do Secretário de Educação Rossieli Soares, cerca de 85% (4.500 unidades) das 5.300 escolas estaduais reiniciaram atividades presenciais nesse início de 2021 em meio a pandemia. Dessas, 67 unidades não reabriram por problemas estruturais. 7 unidades também permaneceram fechadas porque tiveram casos suspeitos ou confirmados de coronavírus entre trabalhadores e professores antes do início das aulas.

A Secretaria de Educação também anunciou que 49 escolas reabririam nesta segunda com número insuficiente de trabalhadores da limpeza, o que impossibilita a higienização ideal do ambiente. Mais 177 abriram sem sequer oferecer merenda para as crianças, um evidente desprezo com a saúde e as condições físicas/mentais dos alunos para uma boa aprendizagem.
Segundo reportagem da Folha, a Escola Estadual Dr. Álvaro de Souza Lima no Sacomã (zona sul) tem um bloco inteiro sem luz, de forma que as aulas acontecem em apenas um dos blocos, dificultando o distanciamento como medida sanitária. O mato alto também atrapalha, assim como na escola Joaquim Eugênio Lima Neto, no Lageado (zona leste), que enfrenta ainda problemas de ventilação. Obra de pintura inacabada atrapalha a comunidade escolar da Escola Estadual Ruy de Mello Junqueira, em Cidade Tiradentes (zona leste).

Esses são problemas que as escolas já enfrentavam antes da pandemia, advindos do descaso histórico dos governos com o ensino público. Agora, além da precarização do trabalho e da educação, trabalhadores e estudantes se veem expostos ao risco de vida, que pode ainda atingir seus familiares. A média móvel nacional de mortes diárias completa os últimos 20 dias acima de 1 mil óbitos pelo coronavírus.

Os professores da rede estadual da cidade de São Paulo estão em greve contra o retorno precário e inseguro das aulas imposto por Doria e Rossieli. Se recusar a dar aulas presencias em meio a pandemia e sem a infraestrutura necessária é uma medida elementar em defesa da vida e do não agravamento da pandemia por parte dos professores.

São os trabalhadores organizados, junto à comunidade e trabalhadores da saúde, que devem impor quando e como retornar às aulas presenciais e como atender às necessidades dos estudantes.

Saiba mais: Estamos em Greve! Contra o retorno inseguro de Doria, Rossieli e o negacionismo de Bolsonaro




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