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BREQUE DOS APPS | Estudantes da USP em apoio aos entregadores de APPs

Entidades estudantis, estudantes da juventude Faísca e independentes da Universidade de São Paulo, demonstram um grande exemplo de aliança operária estudantil ao impulsionarem a paralisação junto aos trabalhadores.

sexta-feira 3 de julho de 2020 | Edição do dia

Com a chegada da pandemia do novo corona vírus no Brasil e no Mundo, vem se sucedendo políticas de quarentena atreladas ao fechamento de serviços não essenciais como bares, restaurantes e shoppings. Sabemos como tais medidas tem se mostrado insuficientes como forma de prevenção ao vírus, já que não vêm atreladas a testes massivos e a imensa maioria da classe trabalhadora foi obrigada a seguir trabalhando, sem nenhuma segurança contra a doença. Isso se soma a política negacionista de Bolsonaro, que desde o início deixou bem claro que as vidas dos trabalhadores não importam, apenas os lucros das grandes empresas e bancos.

Nesse cenário, nos deparamos com um número de casos de corona vírus no país que vem crescendo abundantemente e, além disso, muitos governadores e prefeitos vem implementando uma reabertura gradual do comércio. O que se agrava mais ainda quando grande parte dos trabalhadores precisam e continuam trabalhando para garantir o sustento de suas famílias, sendo que o único apoio institucional que recebem é o auxílio emergencial que, em muitos casos, não chega a quem mais precisa e não é suficiente para atender a população.

No dia 01 de julho, aconteceu a primeira paralisação internacional dos entregadores de aplicativos. A mobilização da categoria no Brasil e em diversos outros países, como Argentina, Equador, Bolívia e Chile, é em torno da reivindicação por mais segurança, alimentação adequada durante a jornada de trabalho, licença remunerada em caso de acidentes, taxas justas, fim do sistema de pontuação nos aplicativos e de bloqueios indevidos. A paralisação foi em conjunto com manifestações em diversos lugares no país. Na Grande São Paulo, alguns estudantes se somaram a essas mobilizações como avenida dos Bandeirantes, na Lapa, na Avenida Paulista, assim como na cidade de Osasco.

Essa paralisação é de extrema importância dado que, coloca em pauta a urgência da conscientização e mobilização de todo o conjunto de trabalhadores em luta dos seus direitos básicos. É uma ação que não pode ser realizada individualmente, apesar de demandar uma conscientização individual, mas sim em coletivo junto com a categoria e apoiadores. Em vista disso, com o intuito de apoiar e reconhecer a legitimidade da causa, diversos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) tem se mobilizado para apoiá-los de diversas maneiras, alguns estão participando do ato e outros apoiando remotamente. Vale ressaltar as iniciativas que entidades estudantis como, o Centro Acadêmico da Letras (CAELL) da USP, e o Centro Acadêmico Professor Paulo Freire (CAPPF) da Faculdade de Educação da USP, fizeram para mobilizar o maior número possível de pessoas, desde a publicação de vídeos incentivando a participação da sociedade civil até o impulsionamento das pautas nas redes sociais. Tais ações são muito importantes, considerando as diversas contradições que as universidades possuem, sobretudo a USP, uma universidade extremamente elitista, a ponto de se vangloriar de ter entre seus formandos, justamente os donos dessas empresas que exploram gravemente esses entregadores. Agir enquanto um contraponto a essa noção, escolhendo o lado dos trabalhadores para lutar é fundamental para transformarmos mais profundamente a realidade, e consequentemente, a universidade.

Por isso, chamamos a todos os estudantes, trabalhadores, entidades sindicais e estudantis, assim como organizações de esquerda para cercarmos de solidariedade a essa mobilização, justamente, pelas lições que ela pode trazer para o conjunto da classe e para a juventude que se deparam com um horizonte de condições de trabalho cada vez mais precários se dependermos apenas dos governantes. Só os trabalhadores, organizados e unificados com seus próprios métodos poderão responder a altura dos ataques vem em nossa direção por parte de Bolsonaro e companhia, e nós, enquanto estudantes, podemos cumprir um importante papel nos solidarizando com essas lutas. Chamamos também para que todos os que não conseguiram participar dessas manifestações a boicotar esses aplicativos que exploram esses entregadores, como Rappi e iFood, não fazendo nenhum pedido nesse dia.




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