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Cortes na educação | Fortalecer a luta nas Universidades e IFs contra Bolsonaro e pela revogação de todos os cortes e bloqueios

As manifestações mostram o caminho contra Bolsonaro e os cortes, não podemos perder tempo para organizar a luta. Foi com esse conteúdo que a Faísca Revolucionária interveio nas assembleias da USP e Unicamp nesta quinta-feira.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

Juliana Begiatoestudante de Ciências Sociais da UNICAMP

sábado 8 de outubro de 2022 | Edição do dia

Depois de atos fortes na UFBA e na UFAL e muito rechaço nas redes sociais, o ministro da educação Victor Godoy se pronunciou para afirmar que o confisco do MEC será parcialmente reposto, mantendo todos os confiscos e cortes anteriores que asfixiam a educação.

Após o início das mobilizações, o bloqueio que já totaliza R$2,4 bilhões no orçamento do MEC foi revogado parcialmente, sem deixar claro qual valor será liberado e nada foi dito sobre o confisco anterior de quase R$ 1,4 bilhões. Não podemos recuar da necessidade de mobilização. Esta situação orçamentária se dá para que Bolsonaro garanta o apoio do Centrão e se combina também à Reforma Administrativa que Artur Lira já garantiu que quer aprovar ainda este ano e potencializa os efeitos devastadores da Lei do Teto de Gastos, que congelou os investimentos na saúde e educação que são cada dia mais afetados. A União Nacional de Estudantes anunciou o dia 18 como uma data de mobilização em resposta. Na internet e universidades, estudantes questionam a demora da data. É preciso organizar a luta já.

Contra essa situação crítica, as universidades federais da Bahia e de Alagoas promoveram fortes atos com milhares de estudantes, mostrando o caminho de como enfrentar Bolsonaro, o bolsonarismo e o confisco. Além disso, no Instituto Federal de São Paulo, estudantes ocuparam o bandejão, que foi fechado fruto dos cortes, atacando a permanência estudantil. Estudantes do IF de Brasília, também, na quinta-feira se mobilizaram em frente ao instituto para lutar contra os cortes. Com a mobilização estudantil apenas em seu começo em todo o país, o Governo Bolsonaro já tremeu e recuou parcialmente, mas só a luta organizada dos estudantes junto aos trabalhadores pode derrubar o conjunto dos cortes e dos bloqueios.

Nós da Faísca Revolucionária viemos defendendo nas assembleias da USP e Unicamp que somente nossa luta, com auto-organização, com assembleias pela base bem construídas, com métodos históricos de luta, como paralisações e greves, pode derrotar o confisco e apontar um caminho contra Bolsonaro e o bolsonarismo. Desse ponto de vista, o primeiro turno das eleições, que contou com a chegada à Câmara e ao Senado de figuras bolsonaristas do pior tipo, como Damares Alves, Mourão, Moro, Pazuello, Ricardo Salles e Nikolas Ferreira, confirmou uma realidade que viemos defendendo: não será com alianças com a direita, como Alckmin, e empresários, que derrotaremos a extrema direita.

A conciliação de classes alimentada pelo PT somente abriu espaço para a direita e a extrema direita, desmobilizando as lutas a partir das grandes centrais sindicais e das entidades estudantis. Pelo contrário, agora defendemos que o único caminho é o da luta de classes contra Bolsonaro e tudo o que essa extrema direita significa, como o ataque frontal às federais, que é necessário uma forte paralisação nacional, que não espere o dia 18, e seja construída pela base pela UNE, mas também pelos DCEs e CAs do país. Os estudantes precisam ser linha de frente junto aos trabalhadores contra os cortes, a Lei do Teto de Gastos, a Reforma do Ensino Médio, para construir uma luta que revogue também a Reforma Trabalhista e da Previdência, que Lula-Alckmin já garantiram que não vão tocar, assim como as privatizações.

Além disso, batalhamos pela aliança dos estudantes com a classe trabalhadora, pela reposição do conjunto das verbas da educação, contra a Reforma Administrativa anunciada por Lira e a precarização do trabalho e das universidades, como vemos no bandejão da Unicamp. No último dia 4, mais de 20 cursos paralisaram na Unicamp contra a terceirização, vitimou uma trabalhadora, em pleno expediente, que falecendo de mal súbito. O fato de o movimento estudantil parar a universidade em memória de Cleide e pela efetivação das terceirizadas sem concurso público, contra a precarização do bandejão e da permanência estudantil, também mostra o caminho. Sem contar que os ataques aos trabalhadores seguem nacionalmente, como na UnB, onde as trabalhadoras terceirizadas da limpeza estavam sendo demitidas após a licença maternidade e os trabalhadores vigilantes que ficaram mais de um mês sem receber.

O Esquerda Diário e a Faísca Revolucionária estão a serviço de desmascarar essa extrema direita que é inimiga da educação e do futuro da juventude, com um programa operário para que os capitalistas paguem pela crise e impulsionando uma estratégia baseada em organizar nossa luta. Nossas vidas valem mais que o lucro deles.




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