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Inflação | Inflação volta a subir em outubro: é preciso seguir o exemplo das greves na França

Acabou o efeito deflacionário causado pela redução do ICMS nos combustíveis e energia pelo Bolsonaro, durou pouco, e agora a inflação volta a subir acima do esperado por analistas. Guedes promete ainda mais arrocho se Bolsonaro for reeleito e Lula também terá que lidar com uma situação bastante adversa se eleito, não há outro caminho senão a auto-organização, unidade e luta como fazem os trabalhadores na França, é preciso exigir reposição salarial de acordo com a inflação.

terça-feira 25 de outubro de 2022 | Edição do dia

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgado nesta terça-feira (25) pelo IBGE, voltou a subir depois de dois meses de deflação devido à política de campanha de Bolsonaro que reduziu o ICMS para ganhar votos e baixar o preço dos combustíveis e energia, o que consequentemente atingiu outros produtos. Mesmo com a redução dos impostos, o índice teve alta de 0,16% em outubro, analistas projetavam 0,09%. No acumulado de 12 meses o indicador prévio de inflação atingiu 6,85%. O salário se mantém o mesmo, não se sabe até quando o governo vai segurar essa política de redução de impostos. Enquanto isso Paulo Guedes promete mais arrocho afirmando que irá propor uma PEC para vetar o reajuste do salário mínimo de acordo com os índices de inflação. Os trabalhadores franceses apontam o caminho: greve geral para aumento do poder de compra dos salários.

O grupo alimentação e bebidas avançou 11,43% no acumulado de 12 meses. Vestuário subiu mais: 18,46%. O preço da comida atinge sobretudo a população mais pobre, que se alimenta de forma mais precária e adoece mais. A inflação no governo Bolsonaro em 2022 já atingiu os maiores índices dos últimos 28 anos e o Auxílio Brasil de 600 reais, outra medida desesperada da campanha de Bolsonaro com prazo de validade, só compra a cesta básica em 5 capitais.

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Nesse cenário, um eventual governo Lula se enfrentará com uma conjuntura econômica internacional e nacional bem diferente da entrada dos anos 2000. Com a aliança com Alckmin, sendo o candidato apoiado pelo mercado financeiro e pelo imperialismo de Biden, tudo indica que Lula administrará o regime do golpe descarregando a crise sobre os trabalhadores, o que abrirá ainda mais espaço para a direita e pior, para a extrema direita que só será derrotada nas ruas com luta de classes.

Na França, operários da Airbus, Air Liquide, Ponticelli Frères além de diversas outras categorias estão em greve há vários dias, seguindo os petroleiros da Total e Exxon por reajuste dos salários diante da inflação que atinge a Europa com o contexto da guerra na Ucrânia. Este é o caminho. É preciso que aqui no Brasil as grandes centrais sindicais, como a CUT dirigida pelo PT e a CTB dirigida pelo PCdoB, e também a UNE, que demonstraram durante a campanha de Lula/Alckmin grande poder de mobilização, organizem todas as categorias que dirigem para uma grande mobilização em luta nas ruas contra as reformas e ataques parando o país para exigir reajuste de todos os salários de acordo com a inflação principalmente sobre os alimentos e redução das jornadas de trabalho sem redução salarial para dividir as horas de trabalho entre empregados e desempregados gerando assim condições para que os trabalhadores e trabalhadoras superem essa crise descarregada sobre nós atacando os interesses capitalistas.




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