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TERCEIRIZAÇÃO | Jogos do Poder: Cunha, Renan, PL 4330

Jogos de poder na política são o centro do novo episódio no ataque aos direitos dos trabalhadores do PL4330

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

Juan ChiriocaRIO DE JANEIRO

sexta-feira 24 de abril de 2015 | 00:18

O debilitamento e a atual crise do governo Dilma tem dado um poder desproporcional aos presidentes das duas casas do parlamento brasileiro. Na ausência do poder real das classes fundamentais: os trabalhadores e a grande burguesia. Os primeiros tem suas ações, até o momento controlada pela burocracia sindical e a burguesia não têm, sequer publicado artigos de seus maiores expoentes nos grandes jornais, como já fez muitas vezes na história do Brasil. Nesta “escuridão” que agentes secundários asumem papeis mais protagónicos. É nesta situação da política nacional que ganhou evidência o antes desconhecido Eduardo Cunha.

Em uma encenação digna de alguns episódios do seriado americano de política, politicagem e intriga, ‘House of Cards’ os dois habilidosos políticos do PMDB dos bastidores, e às vezes também dos holofotes, ocuparam hoje as tribunas e a mídia nacional com uma escaramuça parlamentar entre si com importantes potenciais consequências a milhões de brasileiros, isto se levarmos a sérios seus discursos e não tratarmos só como ameaças nos jogos políticos.

Por um lado Renan Calheiros, prometeu deixar engavetado no senado o PL 4330 (da terceirização) que teve uma emenda que ataca ainda mais os trabalhadores se aprovada na casa presidida por Cunha. Montado no cavalo da falsa defesa dos trabalhadores este senador que foi apoiador do governo Collor não quer a aprovação da medida do seu correligionário, teoricamente um membro da “bancada da bíblia” mas que tem adotado a terceirização como sua escritura sagrada.

Dando o troco Cunha promete atrapalhar a aprovação de projeto de interesse de Renan, que envolve o financiamento da dívida de estados e municípios, aliviando a situação de Alagoas que é governada pelo seu filho.

Possivelmente isto mude com a intervenção de um terceiro PMDBista influente, o vice-presidente Michel Temer. De todo modo este jogo político que negocia os direitos dos terceirizados, ou as finanças dos estados e municípios tem mais a ver com os interesses políticos de longo prazo destes políticos profissionais que as questões em si, como ocorre frequentemente naquele seriado americano. Como plateia e objeto está o Brasil.

E todo este “show” real ou presumido tem como motivo último a fraqueza do PT e Dilma, e apesar das aparências, também a fraqueza do PSDB. Sob estas condições Cunha e Renan aparecem gigantes. O tempo dirá. E se houver ações efetivas da classe trabalhadora contra o PL 4330, poderemos adiantar o tempo para obter tais respostas.




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