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Presidência da Câmara | Lulismo e bolsonarismo se unem na Câmara para reeleger reacionário Arthur Lira nessa quarta-feira

Bolsonaro sai, Lula entra, mas no Congresso Nacional a presidência continua a mesma - ao menos é o que indicam as tendências. As votações estão marcadas para a tarde, mas a aliança entre o lulismo e o bolsonarismo já está selada na Câmara dos Deputados enquanto no senado haverá disputa com favoritismo para Pacheco/Lula.

quarta-feira 1º de fevereiro de 2023 | Edição do dia

As eleições no Congresso Nacional estão a todo vapor e Brasília se movimenta nessa quarta-feira para manter as coisas do jeito que estão. As eleições para presidência da Câmara dos Deputados e para o Senado ocorrem de dois em dois anos e dessa vez será no dia da posse da nova legislatura. Os pauzinhos vêm se mexendo desde pelo menos outubro do ano passado e Arthur Lira talvez consiga a façanha de ser reeleito com o maior número de votos desde a redemocratização (Ibsen Pinheiro, do PMDB-RS, em 1991 e João Paulo Cunha, do PT-SP, em 2003, bateram o recorde até hoje com 434 votos em primeiro turno). Qual o fenômeno para Lira ter tanta força? A reacionária aliança entre bolsonarismo e lulismo/petismo que vem se construindo nos últimos meses.

Não se trata de uma união insólita ou mesmo inesperada. Nós do Esquerda Diário viemos alertando sobre os problemas da conciliação com a direita que Lula e o PT costuram há anos. Dessa vez não é Alckmin ou Tebet (representantes históricos do capital financeiro e do agronegócio), mas Arthur Lira - peça-chave de sustentação do governo Bolsonaro e um dos comandantes das atrocidades a que o Brasil foi acometido nos últimos anos (dos crimes da covid à crise humanitária em terra yanomami, passando pelas filas do osso e da volta do país ao mapa da fome). Lira foi arquiteto do orçamento secreto e responsável por reformas neoliberais e privatizações. Aliança com um reacionário dessa laia fortalece o fisiologismo e o criminoso regime político golpista brasileiro.

Fora Lira, apenas Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marcel Van Hattem (NOVO-RS) serão candidatos. Talvez um ou outro parlamentar petista vote em Alencar e um ou outro bolsonarista/neoliberal vote no fascistinha gaúcho, mas a tendência é a massa petista e bolsonarista honrar seus compromissos e fortalecerem a presidência de Lira.

Essa aliança tende a fortalecer o degradado regime político brasileiro. Trata-se de uma contundente vitória do establishment político nacional, do fisiologismo, da corrupção, da conciliação com a direita e dos que se mantêm no poder há décadas. Da Casa Grande e da elite econômica. Uma vitória contundente de Arthur Lira é prova cabal da distância que há entre o Congresso Nacional - o Poder no Brasil - e a maioria da população brasileira.

O presidente da Câmara dos Deputados possui grande poder no Brasil. Desde 2016, ganha ares de primeiro-ministro, controla orçamento federal, é o único ser humano no país que pode abrir um processo de impeachment, controlam projetos de lei e reformas na constituição que afetam a vida de milhões, possui grande poder político, etc. Legar a um energúmeno, como Lira, tamanho poder é crime obsceno.

Às 10h haverá a sessão de posse dos 513 deputados, às 13h tem início a formação dos blocos parlamentares, às 14h terá a escolha dos cargos para eleição da Mesa Diretora (que será comandada pelo deputado mais velho da casa), às 15h30 terá início o registro das candidaturas e às 16h30 terá início a sessão preparatória para a eleição da Mesa Diretora. O voto é secreto, para garantir que o povo não possa cobrar a posição dos deputados que elegeu - mecanismo antidemocrático que afasta ainda mais o Congresso da maioria da população.




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