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Novo Hamburgo/RS | Mulheres e pessoas trans ocupam prédio abandonado e são reprimidas pela Guarda Municipal de NH

Guarda Municipal da Prefeita Fátima Daudt (PSDB) de Novo Hamburgo atacou militantes com truculência na manhã desta segunda-feira (07). Movimento reivindica melhorias no atendimento do SUS para a comunidade LGBTQIA+ e para mulheres do município.

terça-feira 8 de março de 2022 | Edição do dia

Imagens de Eduarda Rocha

Na véspera do Dia de Luta das Mulheres neste dia 08 Março, um grupo de mulheres e pessoas trans ocupou o prédio do Centro de Saúde, em Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre.

Largado às traças há mais de cinco anos, o local também foi palco da truculência do governo da tucana Fátima Daudt na manhã desta segunda-feira, dia 07. Vídeos já circulavam nas redes mostrando a ação violenta da Guarda Municipal, que foi impedida de entrar no local devido a um cordão humano de apoiadores do movimento.

Segundo as militantes, o objetivo da ocupação é reivindicar políticas públicas de saúde para a população LGBTQIA+ e mulheres do município. “Este lugar estava muito cheio de lixo, nós limpamos e queremos que seja utilizado para atendimento da população LGBTQIA+ e mulheres. Novo Hamburgo precisa olhar para esta população com respeito e garantir políticas de saúde em toda a rede”, explica uma das integrantes que prefere não se identificar.

As ocupantes também destacam e repudiam a ação da Guarda Municipal. “Nós não temos armas aqui, estamos fazendo um movimento pacífico em um lugar que estava abandonado há anos. Eles só sabem bater, não querem dialogar, é só violência atrás de violência. Se não tivéssemos apoio ali na frente, eles iam entrar e fazer coisa pior com as pessoas que estão aqui dentro”, afirmam.

Apoiadores que receberam os vídeos pelas redes sociais começaram a chegar no local já nas primeiras horas da tarde, entre eles representantes de movimentos sociais, mas em sua maioria, mulheres e pessoas lgbtqia+ que ficaram sensibilizados com o ato de violência da Guarda Municipal.

Cartazes com mensagens de protesto também foram colocados em frente ao local, conhecido como “Postão”, no Centro da cidade. Outras pautas também reivindicadas pelas ocupantes como políticas de enfrentamento à violência contra as altas taxas de feminicídio e transfeminicídio. “Estamos lutando por vida digna. E as pautas desse movimento mais concretamente se dirigem a Novo Hamburgo. O que a gente está pedindo é que seja feito um acolhimento para pessoas vítimas de violência de gênero, além de instalação de um ambulatório para pessoas trans e serviços de saúde direcionados às mulheres”, ressalta.

As ocupantes chamam para esta terça-feira, ao meio dia, um ato de protesto no local a fim de mobilizar a sociedade da região metropolitana para que suas pautas de reivindicação sejam atendidas. Ainda no início da tarde de hoje, a prefeita tucana e neoliberal Fátima Daudt, lançou nota no intuito de descredibilizar o ato, afirmando que o grupo “tem motivação política e que o prédio passará para por reforma e será instalado Serviço de Atendimento Especializado (SAE) no local”. A prefeita ainda assina o texto reiterando que a ocupação acontece devido ano eleitoral e que espera que a desocupação ocorra imediatamente”.

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos com a luta e a ocupação das mulheres e pessoas lgbtqia+, e repudiamos a ação violenta da Guarda Municipal contra esse movimento que exige melhores condições e atendimento de saúde. Contra toda e qualquer ação violenta do estado para com as ocupações legítimas!




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