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“Não existe peleumonia e nem raôxis”, médico debocha na internet

O médico plantonista no Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra - SP, Guilherme Capel, foi afastado depois de publicar uma foto com a legenda “Uma imagem vale mais que mil palavras”. Na foto, Gulherme mostrava uma placa com os dizeres: “Não existe peleumonia e nem raôxis”. Duas enfermeiras que comentaram fazendo coro com o médico também foram afastadas.

sábado 30 de julho de 2016 | Edição do dia

Segundo o enteado de José Mauro de Oliveira Lima, mecânico que foi atendido 20 minutos antes da postagem, o médico destratou seu padrasto ao se comportar de forma pouco profissional quando o mesmo perguntou qual era o tratamento para a “peleumonia”: "Quando meu padrasto falou pneumonia e raios X de forma errada, ele deu risada. Na hora, não desconfiamos que ele iria debochar depois na internet. O que ele fez foi absurdo. O procurei e escrevi para ele na rede social que, independente dele ser doutor, não existe faculdade para formar caráter. Assim que ele viu minha postagem, apagou a foto. Ele não quis conversar com a gente".

(Imagem da postagem do médico nas redes sociais)

Outros parentes também reagiram à postagem do médico e compartilharam a foto com legendas dizendo que não podiam aceitar uma pessoa “se julgando melhor que outros seres humanos por causa de seu diploma”, que os pacientes devem ser tratados com respeito e não ser julgados pelo seu modo de falar.

Em retratação pública, o médico Guilherme disse que não tinha a intenção de ofender e pediu desculpas aos que se ofenderam com a postagem. E ele também nega que tenha atacado um trabalhador pessoalmente, que é uma pessoa idônea e nunca agrediria alguém assim. Afirmou também que processará quem publicou a foto, que tinha sido postada num grupo de brincadeiras.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) vai protocolar uma abertura de processo administrativo para avaliar a conduta de Guilherme.

Isso é mais uma forma do elitismo presente na formação de quem lida diretamente com a população. O preconceito linguístico expresso pelo médico é preconceito social e escancara a desigualdade material entre a classe trabalhadora e quem tem acesso ao ensino de qualidade. A língua portuguesa não pode servir de objeto de vergonha e humilhação.




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