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ESTADOS UNIDOS | O gabinete de Donald Trump e as obscenidades do imperialismo

Em meio a protestos pelos Estados Unidos inteiro, Donald Trump irá assumir, dando uma clara mensagem sobre para quem governará. Quem são os membros do seu gabinete?

sexta-feira 20 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Se alguém acreditava no discurso anti-establishment de Donald Trump, basta conhecer quem se reunirá com Trump na Sala Oval para perceber e desacreditar. Enquanto isso, o Partido Democrata coloca panos quentes no descontentamento que se expressará nas ruas.

Em meio ao escândalo que chocou o mundo de que 8 bilionários acumulam mais da metade da riqueza do planeta, Donald Trump assumirá armado com o gabinete mais rico da história dos Estados Unidos.

A alta hierarquia do Partido Democrata, longe de impugnar um processo eleitoral que há décadas passa por cima do voto popular, se oferece para governar com Trump. É que em última instância a administração democrata abriu caminho para que o magnata de Nova York ganhasse as eleições. Não é casual que o presidente que deixa o cargo, Barack Obama, manifeste à imprensa dizendo que “todo mundo fica triste quando seu time perde, mas ao final do dia se dá conta de que todos estamos no mesmo time”.

Por mais que Trump tenha despertado o voto de amplos setores golpeados pela crise e precarização nas quais foram deixados pela administração de Obama com um discurso anti establishment, no final, “todos estamos no mesmo time”. Isso seu gabinete já mostra, cujos 12 representantes mais controversos apresentamos aos leitores do Esquerda Diário:

1. Rex Tillerson: Secretário de Estado

Foi diretor executivo da Exxon Mobile durante 41 anos. Um dos grandes polos petroleiros beneficiados recentemente com a privatização do petróleo no México. Sua suposta proximidade com o russo Vladmir Putin parece anunciar uma viragem da política norte-americana frente à antiga União Soviética.

2. Steven Mnuchin: Secretário do Tesouro

Foi Diretor do grupo financeiro Goldman Sachs. Um dos grandes de Wall Street, cuja escolha se coloca em contradição com o discurso campanha do próximo presidente.

3. Jeff Sessions: Secretário de Justiça

Um reconhecido direitista em questões de direitos humanos e direitos dos imigrantes. Apesar do questionamento democrata frente a sua nomeação é preciso lembrar que durante a administração de Obama foram deportados 2 milhões de trabalhadores sem documentos.

4. Tom Price: Secretário de Saúde

Apesar da retórica eleitoral de Donald Trump, que prometeu retirar as medidas privatizadoras contra a saúde pública da era Obama, seu representante para o assunto é um importante investidor da indústria farmacêutica, cujo posicionamento no Congresso sempre foi defender os interesses dos grandes laboratórios.

5. Andrew Puzder: Secretário do Trabalho

É sério que Donald Trump pretende elevar o nível de vida da classe trabalhadora com Puzder à frente? Um rico executivo que se opõe ferrenhamente ao aumento do salário mínimo.

6. Scott Pruitt: Secretário do Meio Ambiente

O novo cabeça da Agência de Proteção do Meio Ambiente é um “negador” radical das mudanças climáticas.

7. James “o cão raivoso” Mattis: Secretário de Defesa

Um general aposentado famoso por “estimular” os soldados da marinha norte-americana na guerra do Iraque com umfamosa declaração: “Seja cortês, seja profissional, mas tenha um plano para matar todos que você conhecer”. A nomeação de Mattis, ainda em contradição com questões institucionais, rompe com a tradição civil que encabeçou durante décadas a defesa norte americana.

8. Betsy Devos: Secretária da Educação

Não requer apresentação. Uma militante ativa da privatização da educação (ultra-milionária) que seguramente aprofundará o que foi avançado durante a administração de Obama.

9. Rick Perry: Energia

Um velho rival de Donald Trump, de origem republicana, quem em 2011 havia prometido justamente eliminar o Departamento de Energia, agora vai dirigi-lo.

10. Stephen K. Bannon: Estrategista Chefe

Ex-Diretor do site norte americano Breitbart News, identificado como um dos meios de informação da chamada “nova direita”, “direita alternativa” ou "alt-right", por seu modismo em inglês.

11. Michael Flynn: Secretário de Segurança Nacional

Conhecido pela sua “islamofobia” e por estar a cargo das operações de segurança dos Estados Unidos nas guerras no Afeganistão e no Iraque, onde o exército norte-americano cometeu sistemáticas violações dos direitos humanos, registrados inclusive pela imprensa norte americana.

12. Mike Pompeo: Secretário de Inteligência

Um ultra-conservador em questão de segurança dirigirá a CIA. Acusou a comunidade muçulmana dos Estados Unidos de ser cúmplice potencial do terrorismo por seu suposto silêncio.




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