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REFORMA MINISTERIAL | PDT assume o Ministério das Comunicações, o que muda nos Correios?

quinta-feira 8 de outubro de 2015 | 00:02

Na última sexta (2), o governo Dilma anunciou a reforma ministerial. O motivo da reforma foi o de sinalizar para o mercado e para os empresários uma intenção de cortar gastos e enxugar o estado, com a diminuição do numero de ministérios, e trazer de volta a “governabilidade”, evitando um afastamento maior de partidos da antiga base aliada, como PMDB, PDT, PTB e outros.

Na dança das cadeiras ministerial, Ricardo Berzoni (PT) foi para a Secretaria de Governo e André Figueiredo - Deputado Federal e líder do PDT na câmara – passou a ocupar o Ministério das Comunicações. Para aceitar o cargo, o PDT exigiu que recebesse a pasta com a “porteira fechada”, ou seja, que o ministro possa nomear os dirigentes de órgãos ligados ao ministério. Segundo Carlos Lupi, presidente do PDT, só assim o partido poderá ser devidamente cobrado pela presidente.

Os partidos burgueses e os Correios

O senador Cristovam Buarque (PDT), além de criticar o próprio partido por seu fisiologismo, afirmou “Esse ministério, pelo menos é o que está chegando ao noticiário, será recebido, como se diz, de porteira fechada, especialmente a menina dos olhos de quem quer nomear gente ter dinheiro na mão, que são os Correios, que fazem parte do ministério, com mais de 100 mil trabalhadores, com alguns bilhões de receita.”. Nessa semana, boatos sobre nomes a assumir a presidência dos Correios começaram a circular, como o de Ciro Gomes, recém filiado à sigla, e do Giovani Queiroz, ex-deputado do PDT.

Com tal afirmação, o senador Cristovam escancarou a histórica relação que os partidos burgueses têm com o ministério das comunicações e com os Correios – usar a receita produzida pelo suor dos milhares de ecetistas para seus interesses. Esse é mais um motivo para não acreditar no déficit orçamentário que a ECT apresenta aos trabalhadores para não pagar PLR e não dar um reajuste salarial descente.

Para ataques mais duros, maior organização de base

Apesar do PDT se colocar muitas vezes contra os ajustes, e ter votado contra a reforma da previdência, anunciaram que as diferenças em relação aos ajustes são “mais de forma do que de conteúdo”, o que indica que continuarão com os planos do antigo ministro das comunicações, Berzoni, e do atual presidente dos correios Wagner Pinheiro (PT) de sucatear e privatizar a empresa. Alem disso, o governo anunciou a redução de bilhões em investimentos em empresas estatais, como a ECT. Certamente pode-se esperar por ataques mais duros à categoria.

Enquanto são os partidos burgueses que indicam nomes para dirigir a empresa, como moeda de troca dentro de suas disputas para defender os interesses dos capitalistas, os trabalhadores da ECT são atacados e explorados. Para realmente resolver os problemas da categoria e o serviço realmente ser de qualidade, a empresa tem de ser colocada para funcionar sob controle dos ecetistas e da população. Os trabalhadores dos Correios acabaram de sair fortalecidos de uma greve nacional na qual barraram um enorme ataque ao plano de saúde, dando um exemplo a todos os trabalhadores de que é possível vencer. Esse espírito deve servir para organizar mais a categoria desde a base, como deram um pequeno exemplo no CDD Cotia em São Paulo, para enfrentar os ataques e os ajustes, e também para lutar por uma empresa realmente estatal, que atenda corretamente as demandas da população, e com condições de vida dignas para seus trabalhadores.




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