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CULTURA | Rascunhando (em casa) mais estratégias literárias

Conclusão histórica parcial: Ao se ver obrigado a retirar a ilusória máscara do empreendedorismo, o proletário descobre dolorosamente qual é a sua classe.

terça-feira 5 de maio de 2020 | Edição do dia

Trabalhador sentado na cadeira da sua sala. Sobre o chão a máscara do empreendedor.

“ Me disseram que eu seria um grande empresário! Um homem de sucesso! Bastaria empreender, ter conhecimento da arte de empreender dinheiro para produzir mais dinheiro”...

Falência, dívidas. O trabalhador se levanta. Ele caminha em direção ao centro da sala.

“ Quem sou eu? Quem foram os meus pais? Quem são os meus irmãos? Por que ninguém ficou rico? “

Conclusão histórica parcial:

Ao se ver obrigado a retirar a ilusória máscara do empreendedorismo, o proletário descobre dolorosamente qual é a sua classe.

CULTURA: distração e conhecimento, fuga e alienação

Ao se distrair, ao buscar diversão diante do stress(o que é recorrente através do celular e da televisão) quais são as condições para o trabalhador adquirir conhecimento crítico da realidade? Sim, os trabalhadores são constantemente tapeados por forças conservadoras expressas na maioria das vezes no cinemão, nas séries, nas telenovelas, nas fake news e, principalmente, no fundamentalismo religioso. A Esquerda aposta no conhecimento crítico da realidade para transforma-la. Mas o que a literatura pode realizar no âmbito da Esquerda?

DESAFIO AOS CONTADORES DE HISTÓRIAS DA LUTA DE CLASSES:

Ocupar o espaço da cultura enquanto escritor significa, hoje, inserir a expressão literária aonde a percepção do trabalhador é atingida. Tão importante quanto o ato de estimular a leitura de obras literárias entre os trabalhadores que sofrem com a crise econômica e a pandemia, é tecer a literatura nas mídias por onde as pessoas buscam diversão e informação. Texto vivo, ágil, combativo. Aliar prazer estético e exposição objetiva, inventividade e veracidade histórica. Produzir imagens e comunica-las, montar narrativas e agitar o raciocínio.

CONSIDERAÇÕES ESTÉTICAS:

O processo de tomada de consciência de classe está intimamente ligado ás formas de representação da realidade, ás imagens em suas qualidades históricas. Em tempos de crise, a literatura revolucionária consiste:

Na exposição dialética dos acontecimentos sociais e políticos. Ao realizar a denúncia não basta “ fotografar “ a realidade. É preciso ir além das aparências dos fatos e , através de associações imagéticas, exprimir os seus mecanismos econômicos/políticos, seu real funcionamento.

Na construção de analogias históricas. É necessário reescrever a história da luta de classes a partir de cortes dialéticos, colocando “ ZOOM “ nas situações reveladoras dos conflitos sociais em diferentes épocas e lugares, associando-as em suas semelhanças e destacando ao mesmo tempo suas diferenças, suas particularidades históricas. Se Marx, por exemplo, afirmou que o escravo rebelde Spartacus é “ o mais esplêndido camarada em toda história antiga “, devemos apresenta-lo aos trabalhadores de hoje em dia.

No ato de desestabilizar a moral dominante a partir da exteriorização do desejo reprimido: liberar através das imagens literárias “ a verdadeira vida “ reivindicada pelos surrealistas e historicamente negada pelas classes proprietárias. A poesia livre é aliada da Esquerda.


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