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DESMATAMENTO | Salles suspende fiscalização em reserva com salto em desmatamento após reunião com acusados de crimes ambientais

A Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, localizada no Acre, sofreu um aumento de 203% no desmatamento esse ano, segundo o sistema Prodes do Inpe, uma área equivalente a dois Parques Nacionais da Tijuca (RJ).

sexta-feira 6 de dezembro de 2019 | Edição do dia

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente decidiu então suspender a fiscalização da área alguns dias depois de ter se reunido com acusados de cometerem crimes ambientais na região, incluindo o autor de uma ameaça de morte a um servidor do ICMBio.

A reunião, que ocorreu no dia 6 de novembro em Brasília, contou com a participação de pelo menos 5 infratores ambientais para discutir o futuro da reserva. Dentre o perfil dos crimes dos presentes estava o grileiro Rodrigo Oliveira Santos, que após ser multado pelo desmatamento de 69 hectares da Recex, ameaçou de morte um servidor do ICMBio no Acre.
“Cadeia, a gente entra e sai. Caixão, não, só tem entrada, não tem saída”
Ele chegou a ser preso em julho do ano passado por alguns dias a pedido do MPF, após ter sido flagrado abrindo uma estrada de terra ilegal dentro da reserva. Foi solto após juiz entender que o ICMBio não pode dar voz de prisão.

Outro presente foi o ex-procurador geral do Acre e advogado Jorgenei da Silva Ribeiro, “coincidentemente” o financiador dessa estrada de terra ilegal. Foi acusado em setembro pelo MPF de ter desmatado 71,5 hectares para a abertura da estrada, além de ser suspeito de grilagem de uma área próxima à reserva, onde extrai madeira.

Outros dois presentes foram a deputada Mara Rocha (PSDB-AC) e o senador Marcio Bittar (MDB-AC), ambos autores de um projeto que busca reduzir a área da Chico Mendes, que beneficiaria esses e outros acusados de crimes ambientais presentes na reunião, dentre eles 3 pecuaristas que criam gado dentro da reserva.

A suspensão da fiscalização se deu após o presidente da ICMBio, o coronel Homero Cerqueira, indicado de Salles e Bolsonaro, acusar os fiscais de “abuso de autoridade”, prometendo conversar com os produtores rurais da Resex que parem de degradar as terras.

É a acusados de crimes ambientais como esses que o ministro do Meio Ambiente e sua equipe vem dado ouvidos, grileiros e gente que já destrói a reserva e quer autorização do governo para legalizar suas atividades. É o tipo de política do governo Bolsonaro para as florestas nativas, permitindo desmatamento e queimadas como nunca antes na história, a serviço dos interesses do agronegócio e do imperialismo.




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