×

Massacre de Paraisópolis | Segunda audiência do caso do Massacre de Paraisópolis é marcado por ato e testemunhas que desmontam a tese da polícia

A segunda audiência do caso do Massacre de Paraisópolis, onde nove jovens foram mortos em 2019 durante uma ação policial no Baile da DZ7, aconteceu nesta segunda-feira, 18 de dezembro. Os familiares e apoiadores realizaram um ato em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda para exigir justiça.

quinta-feira 21 de dezembro de 2023 | Edição do dia

Durante a sessão, levantou-se evidências e testemunhos que colocavam por terra a versão oficial da Polícia Militar de pisoteamento, resistência à prisão e prestação de socorro. Gravações da época, que foram exibidas pela grande mídia, mostraram a ação criminosa da polícia ao encurralar em uma viela entre mil e mil e quinhentas pessoas, ameaçando-as de morte e prisão. Bombas e balas de borracha foram usadas pela PM para emboscar os participantes do Baile da DZ7.

Testemunhas oculares descreveram cenas de violência policial, que fortaleceram as denúncias em relação ao histórico de repressão e violência policial em todo o Brasil. Muitos depoimentos destacaram que os jovens estavam simplesmente tentando escapar do cerco policial e não representavam qualquer ameaça. Peritos forenses do CAAF- Unifesp (Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo ) testemunharam sobre os ferimentos das vítimas, que apontavam que muitos deles foram alvejados por balas de borracha à queima-roupa. O relatório produzido por eles pode ser acessado aqui

Veja a fala de Grazi Rodrigues, professora da rede municipal e membro da coordenação estadual da CSP-Conlutas

Durante o ato, as mães dos jovens mortos, emocionadas, denunciavam a brutalidade das mortes dos seus filhos. Maria Cristina, mãe de Dennys Henrique, denunciou:

“Todo mundo que teve acesso aos vídeos viu a covardia que esses caras fizeram com nossos filhos e com aquela multidão de jovens que estavam dentro de um baile, curtindo um baile, curtindo um funk. Eu não tenho nada para falar sobre o funk a não ser: deixe a juventude viver em paz, deixem eles curtirem o funk deles. Não matem nossos filhos!”

Foi feita uma encenação que buscava demonstrar como os nove jovens, junto a mais de mil outros que foram encurralados, foram espremidos num espaço de 1m2 simulando o momento em que morreram asfixiados. Durante todo o ato não faltaram demonstrações de repúdio à ação policial e ao Estado. No dia 13 de maio haverá uma nova audiência para ouvir as demais testemunhas do caso.

Veja a fala de Marcello Pablito, diretor do Sintusp:

O grupo Pão e Rosas, junto com o Esquerda Diário, estará junto dos familiares na luta por justiça para os nove que perdemos.

Para acessar o documentário produzido em parceria com o CAAF-Unifesp disponível no YouTube clique aqui.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias