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CRISE ECOLÓGICA | Servidores suspendem fiscalização ambiental por melhores condições de trabalho

Servidores do IBAMA, ICMBio e Ministério do Meio Ambiente paralisaram todas as atividades de campo reivindicando melhorias salariais, reposição de aposentados e mais segurança. Em meio a Crise Ecológica Mundial, a demagogia verde do Governo Lula afeta também os trabalhadores da área ambiental.

sábado 6 de janeiro | Edição do dia

Imagem: Vinicius Mendonça/IBAMA

Após 3 meses de silêncio frente às propostas dos representantes dos trabalhadores da área ambiental, entidades que representam servidores no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Serviço Nacional de Florestas e servidores do Ministério do Meio Ambiente convocaram a paralisação dos serviços de fiscalização, vistorias e pesquisas em campo enquanto o governo não voltar a negociar, com indicativo de greve.

A pauta de reivindicações mostra o tamanho do descaso que se acumula durante várias gestões. Todos esses órgãos, somados, contam com quase 5000 servidores ativos, entre 2003 e 2023 houveram 574 desligamentos a pedido dos próprios servidores, além de aposentados, que não foram repostos.

A recomposição salarial e a contratação de servidores encontra-se engessada pelo Arcabouço Fiscal, a proposta do governo aos servidores federais foi de 9% de aumento em 2023, depois de 6 anos sem qualquer aumento, e mais 9% de aumento até 2026, um assinte frente à gastos exorbitantes como as emendas parlamentares frutos de acordo com Centrão e bancadas reacionárias, como a ruralista, inimiga número 1 do Meio Ambiente.

A Associação Nacional dos Servidores Ambientais Federais, a ASCEMA Nacional, exige uma reestruturação na carreira, numa negociação que se estende desde 2017 e foi paralisada por Bolsonaro. A atuação dos servidores se dá em área conflituosas da fronteira agrícola e do avanço do desmatamento em áreas preservadas: garimpeiros, reis da soja e do gado e o crime organizado se enfrentam diretamente com esses servidores, como no ataque ocorrido agosto aos servidores do IBAMA em Itaituba/Pará.

O descaso com que o Governo Lula-Alckmin trata os servidores públicos, principalmente do Meio Ambiente, se relaciona a sua demagogia verde e as promessas ao mercado financeiro. Na COP28, ocorrida em Dubai no mês passado, Lula defendeu uma agenda verde junto com mineradoras e petroleiras que não pretendem largar mão de sua riqueza.Em meio a crise da Braskem, Lula discursava por uma transição energética enquanto pedia ingresso na Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), e fechava acordos políticos com os mesmos setores que incentivam o desmatamento e o garimpo. O reajuste zero proposto aos servidores federais em 2024 (exceto Polícias, que terão reajuste) se relaciona ao Arcabouço Fiscal, numa demonstração ao mercado financeiro que sua política fiscal pode ser “mais realista que o rei” ao apresentar uma Política Fiscal exemplar pro mercado, sob o couro dos trabalhadores. Isso afeta setores como da saúde, fundamentais na pandemia de coronavírus, e que veem a implantação do Piso Salarial da Enfermagem comprometida pelas metas de gastos com juros e amortizações da dívida pública que enriquece os banqueiros nacionais e internacionais.

O Esquerda Diário, como mídia independente dos governos e dos patrões, se coloca ao lado dos trabalhadores que estão sendo atacados pelo compromisso do governo com o agronegócio e o mercado financeiro. Nossa rede de diários está a serviço de impulsionar todas as mobilizações que afetem as condições de vida e de trabalho da classe trabalhadora e dos oprimidos, como agora na Argentina, onde milhares de trabalhadores se mobilizam para a Greve Geral do dia 24 de janeiro para derrotarem o plano motossera de Milei. No Brasil, viemos denunciando os acordos realizados pelo PT desde antes da eleição. Esse acordos vêm abrindo mais espaço para a extrema-direita de Bolsonaro e Milei, inimigos declarados dos trabalhadores e do meio ambiente que hoje são os responsáveis pelo arrocho salarial vivido pelos servidores ambientais e pelos riscos de sua profissão.




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