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GREVE DOS CORREIOS | TST ataca direito de greve dos trabalhadores dos Correios

O Tribunal Superior do Trabalho determinou que 65% do efetivo dos Correios devem ser mantidos em cada unidade durante a greve. Trata-se de um claro ataque a greve dos Correios, mostrando que a força dos trabalhadores mobilizados incomoda e muito o governo e a direção da empresa.

quarta-feira 23 de setembro de 2015 | 23:32

Além do percentual de 65% dos trabalhadores, o TST determinou também que "abstenham-se de impedir o livre trânsito de bens, pessoas e carga postal em todas as unidades". Isso é um ataque à organização e aos métodos de luta legítimos dos trabalhadores, como os piquetes. Este método de paralisar a unidade, quando os trabalhadores decidem pela greve, serve para demonstrar força, mas também para impedir o assédio moral e as perseguições, já que todos ficam do lado de fora. É um momento de ativismo e de discussão com todos os trabalhadores também. Ao se criminalizar os métodos e restringir quantos podem aderir à luta, a Justiça quer nos calar, e cercear este direito democrático, dizendo que mesmo com reajuste zero, ataque no convênio médico e mesmo sendo obrigados a trabalhar por 2 ou 3 pessoas com a sobrecarga, o trabalhador não tem direito de questionar essa realidade e é obrigado a engolir o que a empresa quiser determinar.

É contraditório que para garantir o efetivo durante os dias normais, sem greve, não existe nenhuma preocupação. Só pra dar um minúsculo exemplo: minha unidade possuía, até o início deste ano, 9 funcionários. Um está afastado por questões de saúde. Um saiu pelo PDI. Um pediu demissão. Nenhum desses foi “reposto”. Uma pequena ilustração, mas sabemos que a situação é ainda mais dramática nos centros de distribuição e nos de triagem. A preocupação em garantir os serviços, portanto, não passa de cinismo, uma vez que um dos pontos de reivindicação da greve é justamente a contratação de funcionários, tanto do último concurso quanto à realização de um novo. A falta de mão de obra é gritante.

Num momento de endurecimento dos ajustes, o governo tenta demonstrar através da Justiça que pretende ser duro também com as lutas dos trabalhadores que defendem suas condições de vida frente à crise. Isso demonstra ainda mais a necessidade de fortalecer a greve na base em todo o país. Mas temos que enfrentar não apenas o governo e a Justiça, mas dentro da categoria um setor faz de tudo para dividir e enfraquecer a luta: a burocracia da Articulação/CUT. Depois de defender aos quatro ventos a unidade da categoria na greve, dizendo que todos os que são críticos ao governo do PT estariam nos “dividindo”, foram os primeiros a aceitar o acordo rebaixado da empresa e tentar desconstruir a luta. Portanto, além de massificar e fortalecer a greve, é necessário buscar a auto-organização independente dos trabalhadores, e a solidariedade ativa dos sindicatos, movimentos de juventude e de trabalhadores, parlamentares da esquerda, todos precisam travar esta batalha junto com os ecetistas porque se trata de defender a força dos trabalhadores como alternativa aos ataques e ajustes que nos são impostos pelo governo e pela patronal a toda a nossa classe.




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