×

Luta dos trabalhadores | Terceirizados da Petrobrás conquistam ajuste salarial após greve na Regap em Betim (MG)

Enquanto Bolsonaro e Paulo Guedes seguem vendendo a preço de banana fatias da Petrobras e distribuindo dividendos bilionários da empresa para acionistas privados, os trabalhadores terceirizados da Regap, em Betim, fizeram greve para conquistar ajuste salarial, sob pressão enorme da justiça.

segunda-feira 14 de novembro de 2022 | Edição do dia

Desde segunda-feira (7), os trabalhadores terceirizados da Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada em Betim, região metropolitana da capital mineira, estavam em greve por novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Mais de 600 trabalhadores das principais prestadoras de serviço, sobretudo na área de manutenção da refinaria (Manserv, Mazza, Nitnave, VGK, Gramo, Heftos e TD Construções), paralisaram as atividades e se mobilizaram por recomposição salarial de 20% correspondente à inflação acumulada nos últimos 12 meses e perdas anteriores, além de melhorias quanto a plano de saúde, transporte e PLR (Participação nos Lucros e Resultados), entre outras.

A justiça atuou de forma a atacar os grevistas caso permanecessem paralisados. A partir da força da paralisação, o SITRAMONTI-MG, sindicato da categoria, fechou acordo com as empresas pelo reajuste salarial de 10% de todos os trabalhadores a partir de 1 de Novembro de 2022, além de pagamento de PLR, aumento no cartão alimentação/cesta básica e vale refeição extra.

O Tribunal Regional do Trabalho determinou que os trabalhadores terão que pagar alguns dos dias que ficaram em greve, evidenciando como a justiça atua contra o direito de greve dos trabalhadores, a serviço dos interesses das empresas e seus acionistas privados, mesmo neste cenário de carestia de vida em que os salários dos trabalhadores não fecham as contas no fim do mês.

A luta dos trabalhadores terceirizados da Petrobrás de Betim se dá em meio a uma ofensiva do governo Bolsonaro contra o patrimônio do povo brasileiro. Paulo Guedes acaba de vender a SIX (Unidade de Industrialização do Xisto), localizada em São Mateus do Sul, no Paraná no valor de 41,6 milhões de dólares (aproximadamente 210 milhões de reais). A soma é pouco superior ao lucro registrado pela estatal em apenas um ano, na medida em que em 2020, a SIX registrou ganhos de cerca de 200 milhões de reais.

Além disso, o governo Bolsonaro segue sua política de distribuição de dividendos da empresa que chegam a 50 bilhões de reais para acionistas privados, além do pagamento do Programa de Prêmio por Performance (PPP) aos gerentes, diretores e presidente da Petrobrás, que o governo busca adiantar. Tais pagamentos e distribuições visam encher os bolsos dos grandes escalões da empresa, enquanto os reais trabalhadores efetivos e terceirizados (que são quem permitem a Petrobrás, mesmo com a política de sucateamento, ter lucros recordes) vêem seus salários minguarem com a inflação.

Frente ao bolsonarismo, que mesmo após a derrota de Bolsonaro nas urnas permanece fortalecido nas instituições a partir das eleições e em setores patronais e militares como vimos nos bloqueios e atos de cunho golpista, Lula e o PT buscam a mais ampla frente com todos aqueles que protagonizaram inclusive o golpe institucional de 2016, que veio para aprofundar os ataques aos trabalhadores e à população e submeteu a política de preços da Petrobrás ao mercado internacional. . O governo de transição de Lula já dá todos os sinais de que não irá revogar as reformas anti-operárias como a da previdência e trabalhista e já dá sinais de que debaterá as reformas administrativa e tributária que também terão consequências para a classe trabalhadora.

Por isso, a unidade com a direita e os patrões não pode ser resposta aos trabalhadores. A unidade que precisamos para a revogação integral de todas as reformas, ataques e privatizações precisa se dar entre as diferentes categorias que sofrem as consequências da ganância capitalista e dos últimos anos de governo Bolsonaro. Em Belo Horizonte os metroviários se enfrentam com Romeu Zema (Novo) e Bolsonaro contra a privatização do metrô, e os funcionários públicos contra a nefasta reforma da previdência municipal levada a frente pela prefeitura de Fuad (PSD) que dá continuidade ao mandato de Kalil (PSD). As centrais sindicais, dirigidas majoritariamente pelo PT e PCdoB, precisam organizar e unificar as lutas para que a conquista dos terceirizados da Regap seja exemplo de que só na luta os trabalhadores vão conseguir arrancar seus direitos, de forma independente do novo governo eleito.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias