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PÃO E ROSAS | Toda solidariedade à deputada Isa Penna do PSOL, assediada por Fernando Cury do Cidadania

Durante sessão na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), quarta-feira (16), o deputado Fernando Cury (Cidadania) assediou publicamente a deputada Isa Penna, do PSOL. Desde o Pão e Rosas, manifestamos nossa solidariedade contra esse abuso machista e reforçamos a necessidade de construir uma luta contra a direita golpista e reacionária que ataca diariamente as mulheres.

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

sexta-feira 18 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Reprodução

Quarta-feira (16), durante o início da 65ª Sessão Extraordinária da Assembleia Legislativa de São Paulo, as câmeras do parlamento gravaram a cena do deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) se aproximando por trás da deputada Isa Penna (PSOL) e a apalpando os seios enquanto aproxima o rosto do dela, sendo então repelido por Isa. Outras deputadas do PSOL, como Mônica Seixas e Erica Malunguinho, também já foram assediadas na ALESP antes, evidenciando a podridão machista da direita reacionária e golpista de São Paulo e do país.

Nós do MRT e do Pão e Rosas nos solidarizamos integralmente com Isa Penna, contra o assédio e as demais opressões políticas e de gênero sofridas pelas parlamentares e pelas mulheres que diariamente sofrem esse tipo de violência em seus locais de moradia, nas ruas, transportes e locais de trabalho - onde, segundo o MPT, só em 2020 cresceu 64,7% o número de denúncias de assédio sexual à mulheres. Esse é um reflexo direto da cruzada reacionária do governo Bolsonaro, do apoio das instituições e partidos que foram protagonistas do golpe e do conjunto de ataques que os capitalistas e figuras fundamentalistas como Damares Alves querem nos impor. Querem avançar em um projeto de país onde os corpos das mulheres são objetos sexuais e de reprodução assediados e violentados por políticos e personalidades espúrias como Robinho, explorados pelos capitalistas e castigados e reprimidos pelos fundamentalistas.

Mesmo com os vídeos da sessão da ALESP, que não deixam dúvidas do abuso, Fernando Cury buscou se inocentar em sua fala na tribuna da câmara:

"Mas se a deputada Isa Penna se sentiu ofendida com o abraço que eu lhe dei, eu peço, de início, desculpa por isso. [...] Se com esse gesto eu a constrangi e ela se sentiu ofendida, peço desculpas. [...] Meu comportamento é o comportamento que tenho com cada um dos deputados aqui. Com os colegas deputados, as colegas deputadas, com os assessores e com as assessoras, com a Polícia Militar femininas aqui.""

Empresário do agronegócio, vindo de uma família tradicional de ruralistas e políticos de Botucatu, Cury é mais um inimigo das mulheres que, como vimos no indigerível “estupro culposo” alegado pelo empresário André Camargo , busca acobertar uma realidade diária de opressão e abuso contra milhares de mulheres, que não será resolvida pelas armas da polícia ou no banco de réus do judiciário, ambas instituições do Estado que também são fundamentais na manutenção da violência machista.

Como se não bastasse serem assediadas em seus locais de trabalho, as mulheres são obrigadas a enfrentar cotidianamente a jornada dupla de trabalho doméstico não remunerado, são relegadas a empregos precários como os postos de trabalho terceirizados, sofrem violência doméstica, mortes por abortos clandestinos, têm salários inferiores e atingidas pela falta de creches. As mulheres ainda têm suas vidas progressivamente precarizadas por políticos como Bolsonaro-Mourão, Fernando Cury, os golpistas e os patrões, através de ataques neoliberais como a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista, a LRF, o Teto de Gastos e o corte do Auxílio Emergencial.

Nos inspiremos nas nossas irmãs argentinas, que novamente saíram às ruas para arrancar o direito ao próprio corpo, com a legalização do aborto, bem como no grande potencial que o #EleNão e os atos por Justiça para Mari Ferrer expressaram. Somos metade da classe trabalhadora no Brasil e no mundo - aqui um exército de mulheres negras - que atuando organizadas e com uma perspectiva de combate à reação que o regime político herdeiro do golpe institucional significa, podemos ser a linha de frente para derrubar o patriarcado e o capitalismo que assolam nossas vidas.




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