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Agressão bolsonarista | Trabalhador do IBGE é agredido em bloqueio bolsonarista e depois preso injustamente

Após ser agredido e perseguido por bolsonaristas o trabalhador do IBGE acabou preso pela polícia acusado de tentativa de homicídio sem haver nenhum machucado além dele

sexta-feira 4 de novembro de 2022 | Edição do dia

Tiago Marcolino, supervisor do Censo, estava trabalhando no feriado de Finados na região de Amparo, interior de São Paulo, quando parou com um carro do IBGE em um bloqueio bolsonarista. Ao tentar dialogar com os apoiadores do atual presidente acusaram ele de "trabalhar para Lula" e ameaçaram jogar o veículo do barranco. Tentaram pegar seus materiais de trabalho e pessoais, momento que Tiago saiu com o carro de lá e foi perseguido por carros e motos bolsonaristas, quando avistou a polícia parou na rodovia. Tão logo parou foi alvo de diversas agressões que quebraram o vidro do carro, teve o nariz quebrado e ficou com várias escoriações. Segundo narrou Tiago a polícia dispersou os bolsonaristas e o acompanhou no atendimento médico e na realização de exame de corpo de delito. Após esses procedimentos ele foi encaminhado à delegacia e, quando foi tentar denunciar a agressão e ameaças que recebeu foi preso em flagrante acusado de tentativa de homicídio.

Não consta nos autos da polícia nenhum exame de corpo de delito além do próprio Tiago, ou seja, ninguém mais relatou agressões para a polícia, e mesmo assim Tiago, morador da Grande São Paulo, ficou preso em Amparo, cidade há quase 100 km de sua moradia e só no foi posto em liberdade provisória no dia seguinte.

O trabalhador teve que contratar advogado por conta própria, não sendo fornecido da parte do IBGE qualquer suporte jurídico. No dia seguinte a agressão e a prisão Tiago foi solto por falta de provas mas continua como réu em um inquérito que ele é o único lesionado.

Ao Esquerda Diário o Advogado Criminalista Sérgio Augusto de Souza, que defende Tiago, declarou: “Tiago claramente agiu em estado de necessidade buscou defender a própria vida e também de sua colega servidora do IBGE.
Nenhum de nós, em sã consciência agiria de forma diversa naquela situação, diante de uma ameaça real, provocada por uma multidão ensandecida sob argumento de que o IBGE trabalha para o candidato que venceu as eleições.
Além da lesão corporal sofrida pelo servidor com o nariz fraturado, temos também o dano ao patrimônio público, pois o veículo fora destruído. Entretanto ninguém foi indiciado por qualquer desses delitos. Por fim, a tal manifestação era um ato ilegal, absolutamente contrário à lei, determinação do STF e dos tribunais estaduais. Havia ordem do governador para as forças de segurança desobstruir as rodovias. Trata-se de movimento clandestino que de forma terrorista ameaça a ordem pública e poderia ter ceifado a vida de um jovem. Tiago é vítima e não autor de crime."

Toda solidariedade a Tiago! Não aceitamos nenhuma agressão, toda e qualquer ação reacionária bolsonarista! Os metalúrgicos estaleiros da BrasFELS/Kepper deram a letra desobstruindo o bloqueio bolsonarista da Rio-Santos. É a força da classe trabalhadora que pode derrotar o bolsonarismo! Esse exemplo inicial de enfrentamento dos estaleiros é ponto de apoio para que as centrais sindicais, a começar pela CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, saiam do imobilismo em que se mantém e convoquem o conjunto da classe trabalhadora a cortar a ameaça golpista pela raiz, unificando trabalhadores com a juventude e os setores oprimidos para barrar essas ações reacionárias do bolsonarismo, nacionalizando os exemplos e também articulando com programa contra os ataques econômicos mais sentidos pela população. É esse o caminho, e não confiando no judiciário, nas forças repressivas ou nas alianças com a direita, como faz Lula-Alckmin, que iremos derrotar a extrema direita, mas sim com medidas efetivas de luta, sem nenhuma confiança nas instituições e no STF.




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