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Movimento estudantil | UJC/PCB quer dar um golpe nas eleições do Conune na UFRGS

O DCE comandado pela UJC/PCB soltou um edital nessa quinta-feira, 11 de maio, que prevê critérios absurdamente restritivos para participação nas eleições do Conune na UFRGS. É preciso mobilizar o movimento estudantil para barrar essa tentativa de golpe e construir um processo democrático onde todos os estudantes possam participar das eleições.

Luno P.Professor de Teatro e estudante de História da UFRGS

sexta-feira 12 de maio de 2023 | Edição do dia

O edital, publicado aqui, não foi debatido em nenhum fórum democrático dos estudantes, seja em assembleia, plenária, reunião ou mesmo reunião com centros acadêmicos. Foi decidido a portas fechadas, apenas por membros da gestão do DCE, sem debater com ninguém a não ser eles mesmos.

Mas a pior parte são os critérios para inscrição de chapas. Eles decidiram, de forma inédita na história do movimento estudantil da UFRGS, que seria obrigatório ter pelo menos 1 estudante matriculado no Ceclimar e pelo menos 1 estudante matriculado no Campus Litoral Norte. Não por acaso, esses são dois espaços no litoral norte do estado que a UJC/PCB cresceu no último período. Ou seja, é um critério restritivo com o objetivo principal de beneficiar a si mesmos. Em outras palavras, uma tentativa de golpe. Estudantes de outros campi, movimentos sociais ou organizações políticas que não possuam membros no litoral ficariam excluídos das eleições do Congresso da UNE. É uma forma também de impedir com que estudantes independentes, que não possuam a mesma estrutura de uma organização política e portanto não consigam bancar viagens para o litoral, possam lançar chapas para participar do Conune. É um combo antidemocrático para beneficiar politicamente a UJC.

A justificativa esdrúxula do PCB é a de que eles incluíram esse critério de ao menos 1 estudante para dar vazão às reivindicações dos estudantes dos campi do litoral, para forçar o movimento estudantil a ter membros do litoral. De fato, o Ceclimar e o CLN são historicamente excluídos do movimento estudantil da UFRGS e suas pautas são sistematicamente desrespeitadas por sucessivas reitorias, como as pautas de moradia e permanência. Mas esse critério não serve para incluir o CLN e o Ceclimar, e sim excluir estudantes que não conheçam ninguém do litoral e beneficiar a UJC/PCB que possuem peso político no litoral.

Essa prática de criar restrições para beneficiar uma organização política é a velha prática burocrática com que a UJS domina os congressos da UNE há décadas. Dessa vez, protagonizada pelo PCB (talvez para honrar as raízes stalinistas de ambas as organizações?).

Todo estudante deveria ter direito de lançar chapas para poder eleger delegados para o Conune, independentemente de qual curso faz parte ou de qual organização política se afilia. Esse é o critério democrático básico que deveria nortear a organização das eleições. É preciso reverter essa tentativa de golpe e mudar esse edital antidemocrático e burocrático, inclusive ampliando os tempos para formação de chapa, campanha eleitoral e dias de eleições. Chamamos as organizações de esquerda e estudantes em geral a se mobilizarem, junto com a Faísca, contra essa tentativa de golpe da UJC/PCB.




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