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Metrô de SP | Unificar os metroviários pela readmissão dos que lutam contra as privatizações de Tarcísio

No último mês os metroviários de SP, junto aos trabalhadores da Sabesp e CPTM, protagonizaram uma grande luta contra as privatizações que Tarcísio quer impor e que vai fazer com que a população sofra com serviços públicos sucateados e mais caros para garantir o lucro dos grandes empresários. Tarcísio, agora, avança para demissões abertamente políticas e antissindicais contra os metroviários, entre eles diretores sindicais, por participar das paralisações. Não aceitaremos ataques àqueles que lutam por um transporte público e de qualidade para a população, ninguém ficará para trás! É necessário unificar a categoria metroviária com medidas de mobilização, uma ampla campanha democrática contra as demissões, para construir uma forte greve unificada com a CPTM e a SABESP e exigir das centrais sindicais que realizem uma greve geral contra as privatizações de Tarcísio!

domingo 29 de outubro de 2023 | Edição do dia

Diferente do que o governador de SP Tarcísio diz, que está fazendo só "estudos" sobre a privatização, está, na realidade, impondo diversos ataques, como o envio do projeto de privatização da Sabesp para aprovação ainda neste ano, o avanço da terceirização no Metrô com pregões que pretendem terceirizar a manutenção de trens e o atendimento nas estações, e a tentativa de venda de linhas da CPTM. Uma verdadeira declaração de guerra que conta com uma importante resistência dos trabalhadores que lutam incansavelmente contra este projeto.

Agora, o governo de Tarcísio junto ao Metrô responderam com covardes demissões de 8 metroviários e a suspensão por 28 dias de mais um, sendo praticamente todos diretores sindicais e membros da CIPA, inclusive entre os demitidos está o vice-presidente do sindicato. Essas são demissões claramente políticas com o objetivo de derrotar uma categoria que tem sido vanguarda nas lutas nos últimos anos, tentando derrotar quem está na linha de frente da luta contra as privatizações, e em defesa do transporte público e a serviço da população, e passar todos esses ataques para favorecer os lucros de empresários nacionais e estrangeiros, se projetando como candidato da extrema-direita para as eleições de 2026, buscando disciplinar a classe trabalhadora no estado de SP.

Nesse sentido, a luta pela readmissão dos metroviários é determinante para barrar a privatização e os ataques de Tarcísio contra os trabalhadores.Essa é também uma luta em defesa dos interesses da população, de um transporte público e de qualidade, que não funcione pela lógica do lucro de grandes empresários que precarizam a vida da população, e também o trabalho dos funcionários terceirizados das linhas públicas e dos que prestam serviço nas linhas privadas, pagando menores salários e impondo maiores jornadas de trabalho.

Contra o discurso divisionista da burocracia na oposição: unificar a categoria na luta contra as demissões e contra a privatização!

Dia 3/10 metroviários, sabespianos e ferroviários protagonizaram uma forte e histórica greve unificada que paralisou 100% do Metrô, impedindo que fizesse funcionar o plano de contingência anti-greve da empresa. Contou com forte apoio da população, enquanto Tarcísio ficou de calças curtas na televisão ao vivo elogiando as linhas de trem privatizadas pra tentar ganhar apoio à privatização, a Linha 9 Esmeralda literalmente pegava fogo e deixava na mão, como é de costume, o trabalhador paulista.

Por isso, nesta última assembleia foi muito importante a proposta unitária de toda a diretoria em defesa da greve para o dia 31/10 pela readmissão de todos os metroviários demitidos por lutar contra a privatização.

Já a oposição, dirigida pela CTB (ex chapa 1), que é composta pelo PCdoB e pelo PSB, partido do Alckmin, cumpriram um papel nefasto defendendo a não realização desta greve, culpabilizando os lutadores demitidos pela sua demissão, e dividindo ainda mais uma categoria que precisava de unidade para lutar, contribuindo de forma ativa para a não aprovação do indicativo de greve no dia 31/10.

A mesma CTB que, junto à CUT, é parte ativa de conter a luta dos metroviários e a luta de todos os trabalhadores em todo país, dividindo a nossa classe na luta contra a privatização em SP, quando poderiam estar chamando outras categorias para se unificarem nessa luta. Como vimos na última greve unificada do dia 3/10, há disposição de luta, pois vimos diferentes trabalhadores em diversos locais saindo em greve neste dia e dispostos a se somar à luta contra Tarcísio, como na USP, Unicamp, Embraer e no aeroporto.

Mas o que vêm prevalecendo é a política de passividade destas centrais sindicais, que dá a Tarcísio cada vez mais espaço e força para sua política privatista com ajuda do governo Lula-Alckmin, já que o PAC em São Paulo conta com um acordo com Tarcísio para investir R$10 bilhões do BNDES nas obras de privatização, além de Lula ter incluído o Partido Republicanos em seu ministério, fortalecendo este partido de extrema-direita.

A nossa categoria vem desde o início do ano mostrando uma forte disposição de luta e unidade, enquanto o governo seguia na defensiva por conta das constantes falhas nas linhas 8 e 9 da CPTM que colocam em evidência a falência das privatizações. Por essa combinação de fatores viemos discutindo com as principais direções de nosso sindicato, como Resistência/PSOL e PSTU, como essas correntes vieram deixando de aproveitar importantes oportunidades de golpear profundamente o governo e a empresa contra esse projeto privatista, deixando com que ganhassem tempo preparassem o terreno contra os trabalhadores.

Por isso, nós do Movimento Nossa Classe e que somos parte minoritária da diretoria do sindicato propusemos,, para massificar e fortalecer nossa greve unificada, que em nossas assembleias se aprovassem chamados dos metroviários aos trabalhadores da CPTM e da Sabesp para a conformação de um comando unificado de delegados eleitos na base de cada categoria e uma assembleia unificada para definir juntos os rumos da nossa luta contra a privatização no dia 03/10, chamado que foi aprovado pela nossa categoria, porém não foi efetivado e trabalhado pela maioria de nosso sindicato.

Assim como, estadualmente, a burocracia só vai mobilizar os locais que dirigem para unificar a luta se forem pressionadas pelas suas bases e setores em luta. Nesse sentido, propusemos também que nosso sindicato realizasse chamados públicos às principais centrais, com objetivo de batalhar por uma luta unificada, contudo a maioria da diretoria negou reiteradamente inclusive que essa proposta passasse por votação em assembleia, o que vem inviabilizando realizar essa política.

Essa política que vem tendo a maioria da diretoria de nosso sindicato no último período é o que leva a resultados como esses em nossas assembleias, onde também faltou decisão da Resistência/PSOL e PSTU em defender a greve do dia 31/10 ativamente entre o conjunto da categoria e nas áreas onde dirigem. Mostra que não é a categoria que não queria lutar, pois os metroviários fizeram fortes greves esse ano, mas que a cada oportunidade perdida, se fortalece a oposição da burocracia sindical e seu discurso oportunista, assim como o governo Tarcísio e a empresa.

Ainda assim, vem se mostrando uma enorme solidariedade por parte de toda a categoria que está contra essas demissões e vem demonstrando seu rechaço contra a perseguição aos lutadores em uma importante campanha de fotos que está se espalhando por todas as áreas. Na votação da assembleia também se mostrou novamente uma ampla vanguarda de mais de mil votantes pela realização da greve na semana que vem, mais uma demonstração de um amplo setor disposto a ir para a luta de forma imediata, frente a necessidade de dar uma resposta urgente às demissões. Além de uma unidade muito importante da categoria pela realização de uma nova greve unificada com Sabesp, CPTM e professores estatais no final de outubro, com 2300 votantes. E esse é um importante ponto de apoio para esta luta seguir com força.

Neste momento de duro ataque à luta dos metroviários, nós do Mov. Nossa Classe fazemos um chamado à unidade da diretoria e da vanguarda para mobilizar o conjunto da base dos metroviários em defesa de um forte plano de guerra ao longo das próximas semanas, com medidas parciais de mobilização, como setoriais em todas as áreas, carta aberta para dialogar com a população, manter a retirada de uniforme e uso de colete, fortalecer a campanha de fotos contra as demissões dentro e fora da categoria, aprovar ajuda financeira aos demitidos e fortalecer nossa organização de base com a eleição dos delegados sindicais. Por uma forte campanha democrática pela readmissão dos demitidos, chamando a uma greve unificada com outras categorias para o final de novembro, assim como exigir que as grandes centrais sindicais organizem uma greve geral contra Tarcísio. Essa luta precisa triunfar, e isso só poderá acontecer apostando na mobilização independente dos trabalhadores. É fundamental o chamado às centrais sindicais para responderem esse ataque das demissões. Chamando os parlamentares como PT e PSOL a abrir a sua tribuna no parlamento para os demitidos defenderem a luta contra a privatização, e que as figuras da esquerda, como Boulos, se posicionem e usem seu alcance para fortalecer essa cobertura democrática para nossa luta.




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