Foto: camara.leg.br
Na quarta-feira (09/03), a urgência do projeto de lei conhecido como "pacote da destruição ambiental" foi aprovada. A articulação para tal foi feita entre o Palácio do Planalto, Lira e a base do presidente na Câmara - mas Lira diz que o projeto não é dele e que é preciso chegar a um acordo no grupo de trabalho que vai debater o tema. No entanto, ele defende a aprovação do projeto.
"Esse projeto não é meu, é do governo. Não precisa ser açodado mas é preciso discutir. Quem critica está dizendo que abre brecha para explorar ouro, diamante, madeira. Só que isso tudo existe como existia o jogo do bicho: de forma ilegal", defendeu cinicamente Lira. Caberá a ele escolher um relator para o projeto quando chegar ao plenário, o que ele calcula que ocorrerá em 10 de abril. Segundo ele, o perfil do deputado não será nem "ambientalista, nem pró-exploração".
"Repito, esse projeto não é meu. Agora, não vou jogar o tema para debaixo do tapete. É preciso debater e chegarmos a um acordo na Casa".
Pode te interessar: Ato contra o “pacote da destruição ambiental” ocorre em Brasília com grande expressão
Ontem teve um ato na esplanada dos ministérios em Brasília que contou com grande expressão da juventude e de movimentos indígenas que se colocam contra o desmatamento e a crise do meio ambiente que os capitalistas impõem, além de lutarem pela autodeterminação dos povos originários.
A mobilização foi majoritariamente chamada pelo PT, além do PSOL e PCdoB, junto com a CUT, CTB e UNE, também estavam presentes partidos burgueses, como a REDE, PV e PSB, novo partido de Alckmin.
Veja também: Bolsonaro se utiliza da invasão russa para defender grilagem e mineração em terra indígenas
Nesse sentido, apesar de ser uma grande expressão de rechaço às políticas de desmatamento, o ato serviu como palanque eleitoral para a eleição de Lula em outubro, que hoje se alia com o agronegócio e a direita, assim como fez durante seus anos de governo, se provando incapaz de responder a essas demandas ambientais e dos povos originários.
Por isso, é necessário que essas mobilizações sejam canalizadas para uma saída com independência de classe, que não confie no STF e no senado, pilares centrais dos ataques que a burguesia vem fazendo ao meio ambiente para garantir seus lucros. É fundamental também que os sindicatos convoquem essas mobilizações desde a base, com assembleias entre os trabalhadores, organizando um plano de lutas para derrotar Bolsonaro, Mourão e toda a direita que quer aprofundar cada vez mais os ataques à classe trabalhadora.
|