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PERSEGUIÇÃO POLÍTICA NAS ESCOLAS
Vereador do MBL faz "blitz" em escolas para intimidar os professores
Mauro Sala
Campinas

Ontem, o vereador da cidade de São Paulo, Fernando Holiday (MBL e DEM), realizou visitas surpresas em escolas da rede municipal paulistana para "ver as estruturas das escolas da rede" e também para averiguar se não está havendo “doutrinação nos conteúdos que estão sendo dados em sala de aula”, ou, como ele mesmo diz em um de seus vídeos, “se não tem professor entrando em sala com a camiseta do PT ou do MST e jogando tudo para o alto”. No espírito do movimento “Escola Sem Partido”, Holiday incita as pessoas a denunciarem essas práticas nas escolas da rede municipal.

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Essa atitude do vereador Holiday é um verdadeiro abuso de autoridade, já que não compete a ele intimidar professores e professoras no exercício do seu trabalho. A Lei do “Escola Sem Partido” não foi aprovada na cidade de São Paulo, e inclusive já foi declarada inconstitucional pelo STF em ação movida contra lei similar em Alagoas, embora essa decisão ainda seja em caráter liminar.

Mas, o que temos que ter claro sobre o “Escola Sem Partido” é que ele não é um simples Projeto de Lei que visa esclarecer os direitos dos alunos contra o assédio ideológico dos professores, pregando uma placa em cada escola. É antes um movimento de intimidação dos professores e professoras. Ele não precisa da aprovação desse Projeto de Lei para colher seus frutos.

É pela intimidação e amedontramento que esse movimento age. Trata-se de uma ofensiva da direita mais reacionária para a silenciar professores e professoras que se expressem de modo diferente do que pensa essa direita. É pelo risco de violência e por sua incitação constante que esse movimento visa ganhar materialidade.

Basta assistir os vídeos divulgados pelo próprio MBL para se ter uma pequena ideia disso.

Num dos vídeos, apresentado em forma de jornal, os apresentadores (inclusive um que trabalha diretamente com Fernando Holiday, na Câmara Municipal) chamam os professores de "vagabundos", “safados", “sindicalistas”, “militantes de extrema-esquerda“, num tom agressivo que busca amedrontar os professores e jogar parte da população diretamente contra eles, dizendo que “não tem moleza”, e que "o tempo deles acabou e é agora”.

A incitação à violência não tem limites. Numa audiência pública ocorrida no Senado Federal, um dos principais articuladores desse movimento, Miguel Nagib, chegou a comparar os professores com estupradores de crianças, numa clara tentativa de criar um clima de violência contra aqueles que se opõem a esse movimento, como se ser contra o “Escola Sem Partido” fosse a mesma coisa que defender abusadores de crianças.

Essa ação de Fernando Holiday tem que ser tomada com bastante seriedade, pois representa uma escalada na incitação da violência e na criminalização do pensamento de esquerda no país.

O objetivo central não é aprovar o Projeto de Lei “Escola Sem Partido” - embora isso tenha lá sua importância -, mas criar um clima de hostilidade e desconfiança contra os professores, em particular, e contra o pensamento de esquerda, em geral.

O “Escola Sem Partido” é muito mais que um Projeto de Lei; ele é uma ofensiva da direita que visa a intimidação dos professores e professoras no exercício de seu trabalho. Por isso ele é, e sempre será, violento.

 
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