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CORREIOS
Judiciário e governo avançam contra os trabalhadores dos Correios
Natalia Mantovan

TST e direção da ECT querem atacar o convênio médico dos Correios, além de muitos outros ataques aos trabalhadores, que já estão sobrecarregados. Enquanto isso, um péssimo atendimento é prestado à população. Por tudo isso, lutemos para começar uma greve nacional nos Correios a partir do dia 12.

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Está marcado para o dia 12 de março o julgamento do TST que pretende impor mensalidades e retirada dos dependentes do convênio médico dos trabalhadores dos Correios. O convênio, que foi uma conquista histórica da categoria, tem sido alvo de disputa há anos. Desde 2013 foi criada uma empresa, com diretores indicados, funcionários próprios, etc, para gerir o benefício dos trabalhadores, que antes era apenas uma atividade do próprio RH da estatal. Com a proposta, seria criado um plano comercial para quem quiser colocar seus dependentes, e assim gerar lucro para a Postal Saúde.

Além do convênio, muitos novos ataques vem sendo anunciados, como a extinção do cargo de Operador de Triagem e Transbordo (OTT) para que os funcionários efetivos sejam substituídos por mão de obra terceirizada, sem direitos trabalhistas ou organização sindical e salários mais baixos e sem benefícios.

A direção da ECT ainda pretende fechar agências e demitir atendentes, sem contar a recente aprovação de projetos como o de reduzir jornadas e trabalho com redução de salários, trabalho em casa, entre outras formas de precarização.

Nos últimos anos, e no ano passado em particular, foram realizados diversos planos de demissão voluntária, e o quadro de funcionários tem diminuído muito, enquanto a quantidade de encomendas e tipos de serviço aumentam, numa matemática aparentemente sem lógica.

Por outro lado, a população tem vivenciado atrasos e mais atrasos em todos os tipos de entrega, aumentos nas tarifas, novas taxas, como a cobrança extra para encomendas destinadas ao Rio de Janeiro, taxa extra de R$20 para encomendas não retangulares.

Junto com isso, as condições de trabalho e a estrutura são propositalmente deterioradas, chegando ao cúmulo de já ter havido 2 incêndios de grandes proporções no último mês. Um descaso com a vida dos trabalhadores, com as encomendas e correspondências da população. Obrigam trabalhadores e clientes a passar horas em agências mal ventiladas ou sem nenhum tipo de climatização, deixam funcionários e clientes sujeitos a animais peçonhentos como escorpiões. Tudo que visa a segurança ou a saúde é considerado luxo, enquanto que os salários milionários da alta cúpula, gastos com viagens, alugueis descabidos, tudo isso é permitido.

Guilherme Campos tem cumprido com louvor o papel de ser o homem de Temer nos Correios, aproveitando a reforma trabalhista e o conjunto dos ataques, como a terceirização irrestrita, para atacar os trabalhadores, sucateando a estrutura da empresa e acenando para os empresários interessados, como as multinacionais da área de logística, que encontrarão um prato cheio para lucrar as custas dos trabalhadores e da população, em consonância com a política privatista desse governo. Setores reacionários como MBL e Vem pra rua, não cansam de espalhar mentiras e impulsionar campanhas pela privatização dos Correios, auxiliando o governo golpista com essa política.

Por isso, muitas assembleias já aprovaram e muitas vão decidir essa semana pelo início de uma forte greve nacional contra todos esses ataques, contra a privatização e o sucateamento dos Correios, por condições de trabalho, contra a extinção do cargo de OTT, contra o fechamento de agências e as demissões, e contra o ataque ao convênio médico.

Como uma forma de tentar nos calar e dividir as lutas, uma política de perseguição também tem sido aplicada na empresa. Diversos trabalhadores de luta foram demitidos na última greve, incluindo diretores de sindicatos, num claro atentado a organização dos trabalhadores. Mas a resposta tem que ser com mais organização e mais luta, e pauta pela reincorporação dos demitidos, e contra a repressão também tem que ser incorporada.

Os Correios não oferecerão um melhor serviço pra população se for privatizado ou se seus trabalhadores forem mais explorados. Ao contrário, para atender a população com qualidade é preciso uma investigação independente sobre os gastos da empresa, é preciso acabar com os privilégios do alto escalão, é preciso que os Correios seja público, e gerido pelos trabalhadores, e a serviço das necessidades da população.

Num momento de continuidade do golpe, com todos os trabalhadores começando a sentir os efeitos da reforma trabalhista, com uma intervenção no Rio de Janeiro que dá super poderes a um general e coloca toda a população trabalhadora, pobre e negra, na mira do Exército, onde os poucos direitos democráticos dessa democracia degenerada são retirados, e até mesmo o mínimo direito de decidir em quem votar está sendo retirado, as lutas não podem ficar isoladas.

Os trabalhadores de todas as categorias estão enfrentando os mesmos inimigos: um governo e um judiciário golpistas, que andam juntos pra retirar nossos direitos e impor uma ordem que garanta mais lucros para os capitalistas. Não a toa, é o TST que se alia a Guilherme Campos para atacar nosso convênio.

Por isso, essa greve também tem que ser um ponto de apoio para um chamado a construção de um plano de lutas, em que as centrais sindicais coloquem toda sua influência e seu aparato a serviço de organizar a classe trabalhadora, se solidarizando e fortalecendo as lutas que estão acontecendo e as que vão começar, e articular para que se combinem e possamos responder com um só punho todos esses ataques!

 
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