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JUVENTUDE E TRABALHO
A juventude ocupa os piores postos de trabalho no Brasil
Dani Alves

O golpe institucional de 2016 tem sua continuidade nas reformas de Temer, que permitiu a terceirização irrestrita, abençoada pelo STF golpista e com o autoritarismo do judiciário que sob tutela das forças armadas, retirou o direito da população decidir em quem votar, isso para escolher a dedo quem será o próximo presidente que vai avançar ainda mais nos ataques a classe trabalhadora e a juventude.

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A reforma trabalhista de Temer precarizou os postos de trabalho, reduziu o número de trabalhos formais, aumentou a terceirização e gerou um grande número de desempregados no país, atingindo mais de treze milhões de trabalhadores, em especial na juventude. Segundo o IBGE, somente no primeiro trimestre de 2018, o desemprego entre jovens de 18 a 24 anos chegou a 28,1%, sendo mais de 4,4 milhões de jovens desempregados, especialmente no Nordeste, e 38% da juventude faz “bicos” para sobreviver.

A juventude é um dos setores mais afetados pela crise econômica. Ela está nos empregos temporários, rotativos e terceirizados, nas extensas redes de "Fast Food" e alimentação, no Telemarketing, nas lojas de Shoppings etc. É essa realidade de superexploração que a Reforma Trabalhista dos golpistas quer transformar em modelo para a maioria da população. Legalizar os “bicos” e impor ataques ainda maiores às vidas dos setores mais oprimidos. As mulheres agora serão obrigadas a trabalhar grávidas em locais insalubres, a população negra, que possui salários menores que a metade dos salários de trabalhadores brancos, e as LGBTs, que enfrentam o ódio e a violência nos seus locais de trabalho, serão ainda mais afetadas com essa reforma que entrega aos patrões carta branca para explorar e oprimir mais.

O reacionário candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) propõe em seu programa de governo a continuação da reforma trabalhista para a juventude que está ingressando no mercado de trabalho com a carteira de trabalho alternativa sem vínculo da assistência trabalhista e a previdência, na prática isso significa o aumento da super exploração nos locais de trabalho sem os direitos trabalhistas assegurados e o fim do Fundo de Garantia Tempo de Serviço (FGTS), que com a alta rotativade que existe nos postos de trabalho da juventude, deixará os jovens demitidos sem nenhuma estabilidade. Bolsonaro afirma claramente os ataques aos trabalhadores e a juventude em seu possível governo, onde segundo ele "O trabalhador vai ter que viver esse dia: menos direitos e (mais) emprego ou todos os direitos e desemprego".

O que propõe Bolsonaro, faz parte do que os capitalistas e os patrões querem fazer com a juventude: transforma-la em máquina de produzir mais dinheiro. A reforma do ensino médio compilada com a trabalhista, escancara essa realidade, onde se reduz o espaço de estudos para aumentar a profissionalização e preparação pro mercado de trabalho ao mesmo tempo em que se aumenta a terceirização e a precarização dos postos de trabalho, deixando milhões de jovens sem nenhuma perspectiva de vida e destruindo sua saúde física e mental.

A precarização dos postos de trabalho da juventude tem como grande responsável também o PT, que em seus 13 anos de governo, governou com os empresários e de todos os empregos criados, 90% foram postos de trabalho precário, além dos grandes cortes a educação, saúde, moradia e transporte. Também foi o PT que assentou as bases para a direita e para o golpe com seu projeto de governo de conciliação de classes e sua função de freio à luta de classes.
Henrique Meirelles, candidato do MDB também garante criar 10,2 milhões de empregos em seu possível governo. Assim como fez no passado, enquanto ministro da Fazenda, sabemos que esses empregos vão ser empregos precários e terceirizados, que irão destruir ainda mais a qualidade de vida da juventude.

Para os jovens que trabalham e estudam, a universidade se tornou algo distante, começando pela reforma do Ensino Médio que sistematiza a separação entre a universidade e a formação técnica, preparando a juventude negra e LGBT para se formar no ensino médio e ir direto para os piores postos de trabalho, sem acesso nenhum a universidade, com os patrões podendo estender a carga horária semanal em até 60 horas semanais, nas condições mais precárias e rotativas, de terceirização e insalubridade, com respaldo nas leis garantidas pela reforma trabalhista. Essa separação entre trabalho e estudo é aprofundada pelo filtro social que é o vestibular, que exclui milhões de jovens de ter acesso à educação superior pública no país.

A juventude além de ser o setor que mais sofre com o desemprego, a pobreza, a falta de direitos básicos, ainda é o setor que mais sofre com perseguição e mortes pela polícia.

Estamos em meio a eleições manipuladas que retiram o nosso direito de votar em quem quiser para garantir a agenda de ataques dos capitalistas. Os capitalistas e os patrões querem precarizar cada vez mais às condições de trabalho, para seguirem lucrando cada vez mais. Por isso, a juventude precisa travar uma grande luta pela revogação das reformas e do congelamento da saúde e educação, para isso, é preciso batalhar por uma saída anticapitalista da classe trabalhadora que também rompa com o pagamento da dívida pública, que é uma dívida ilegítima e fraudulenta.

 
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