Esta madrugada completa em algumas bases uma semana a greve dos petroleiros, em outras lideradas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) a greve entrará em seu quarto dia. A greve já vem afetando a produção, o faturamento da empresa e até mesmo a arrecadação de impostos em alguns locais, e, se o governo persistir em sua intransigência de não recuar na privatização parcial da empresa nem recuar do arrocho salarial e retirada de direitos dos petroleiros haverá falta de combustiveis dentro de uma semana ou mais.

Cientes do impacto desta forte greve que já alcança 47 plataformas na Bacia de Campos, várias das maiores plataformas do país localizadas na Bacia do Espírito Santos, outras plataformas no nordeste, refinarias e terminais de norte a sul do país, a Petrobras começa a exercer pressão e assédio moral sobre os grevistas.

Trabalhadores do Centro de Controle Operacional da Transpetro que protagonizam uma inédita mobilização com “corte de rendição” (quando um turno não entra para substituir o outro) relatam que vem sofrendo assédio de gerentes e outros chefes ao retornarem ao trabalho quando seu grupo retorna da participação no movimento. No Espírito Santo trabalhadores relatam ter recebido mensagens de whatsapp e SMS ameaçando demissão se não saíssem da greve.

Ainda mais graves são os riscos que a Petrobras está expondo toda a população brasileira com suas equipes de contigência para tentar manter a produção. Plataformas, refinarias e terminais estão sendo operadas por engenheiros, chefes, e outras pessoas completamente despreparadas. Consequência disto já se viu na refinaria do Ceará, a LUBNOR, quando uma operação realizada por esta equipe de contingência resultou em rompimento de uma tubulação e consequente parada da unidade.

Tal como o risco de desabastecimento se houver acidentes de maiores proporções a responsabilidade será exclusivamente do governo Dilma e seus agentes na Petrobras.

Os trabalhadores seguem respondendo com força nesta que já é a maior greve desde 1995. Sua resposta tem sido uma adesão de quase 100% em todas unidades operacionais do país e uma variedade de táticas de mobilização, desde os tradicionais “cortes de rendição”, a bloqueios ao acesso de locais e até mesmo ocupações. Nas plataformas já é um costume que os grevistas que permanecem embarcados instaurem uma ocupação de fato de sua unidade em alto-mar, neste ano algumas unidades de terra estão realizando o mesmo procedimento. Os trabalhadores entram para trabalhar em seus horários normais e dentro da planta realizam manifestações, isto tem ocorrido entre outros locais no Terminal de Cabiúnas (TECAB) em Macaé. Veja abaixo um vídeo que mostra os trabalhadores de fora do terminal levando sua saudação aos que estão em ato dentro do terminal.

A força que estão mostrando os petroleiros acontece apesar do papel cumprido pela burocracia sindical governista na categoria, a FUP-CUT. A CUT fala que todos sindicatos deveriam apoiar a greve dos petroleiros, mas não se move para isto, prefere seguir apoiando o governo do PT que organiza esta privatização.

A causa dos petroleiros é de todos trabalhadores do país. Para derrotar a privatização será necessário que os petroleiros avencem em sua organização unidade a unidade, que acabem com a divisão entre petroleiros próprios e tercerizados que os sindicatos impõem e coloquem toda a força da categoria em movimento. Só assim teremos força para também conseguir que outras categorias venham em nosso apoio.