Somente após 8 dias de greve a empresa chamou negociação, quando ficou clara a ameaça na produção e distribuição de combustíveis pelo país. Tomando controle de plataformas, ocupando terminais, paralisando refinarias e terminais e, pela primeira vez paralisando o CNCO (Centro Nacional de Controle Operacional) da Transpetro, os petroleiros mostraram a força da classe trabalhadora, que assim como tudo produz, tudo pode parar em defesa das demandas dos trabalhadores e do povo.
Não está claro o desfecho das negociações, mas a disposição de luta de uma nova geração de operários, muitos deles que tem seus primeiros empregos na Petrobras, mostra algo de profundo e poderoso acontecendo em nossa classe. Essa poderosa categoria se ergueu com tamanha força somente em 95 contra o descumprimento de um acordo coletivo e a quebra do monopólio do petróleo por FHC. Desta vez, se erguem contra o PT.
Após anos e anos fazendo propaganda eleitoral com nosso uniforme laranja, o PT está programando a venda de 57 bilhões de dólares do patrimônio da empresa, quase um terço da maior empresa do país.
A força dessa nova geração petroleira sacudiu lugares que nunca tinham parado, impulsionou ações radicais e a resistência diária contra o assédio moral. Sua fusão com os petroleiros experientes deixou a empresa e o governo assustados. Chamaram para negociar. Possivelmente vão propor algum aumento salarial mas a manutenção do objetivo fundamental do PT na Petrobras neste momento, compartilhado com o PSDB e o PMDB, privatizar a empresa e entrega-la para o imperialismo.
A FUP que tardou entrar na greve pode aceitar alguma manobra e querer parar a greve que atinge o governo que eles defendem, o governo do PT. Falam contra a privatização, mas colocam limites para a ação dos petroleiros para blindar os que nos atacam.
Independentemente do resultado da greve, mostra a força de nossa classe, que precisa se enfrentar com o PT para garantir nossos direitos. A luta dos petroleiros é um exemplo de luta contra os ajustes.
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