Em julho de 1987, quando jogava pelo Grêmio, Cuca e outros três atletas foram presos na Suíça acusados de estuprar uma jovem de 13 anos chamada Sandra Pfäffi. Os jogadores ficaram presos no país por 28 dias e foram condenados dois anos depois, cumprindo a pena em liberdade.
Ao ser perguntado sobre o caso Robinho, o treinador do Santos disse que “não é hora para a gente falar desse tema”. “Tivemos bastantes conversas, diversas pessoas do clube em cima dele e é um tema pra gente falar com mais calma. Mas ele pra mim é uma pessoa maravilhosa, é um exemplo de jogador, sempre foi corretíssimo em todas as atitudes que ele teve, a gente não tem um momento da carreira do Robinho que ela deva ser denegrida”, concluiu.
Após o caso ter sido repercutido, estourou na mídia um áudio de uma conversa de Robinho com um amigo, com a confissão do próprio jogador dizendo que houve um estupro coletivo de uma mulher inconsciente. Na conversa, o mesmo disse “estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, nem sabe o que aconteceu”.
O Santos, que já sabia da condenação, só decidiu “suspender” o contrato após os patrocinadores do clube ameaçarem cortar o patrocínio por conta da repercussão negativa, defendendo que com a suspensão o jogador poderia se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo que ocorre na Itália.
Em entrevista ao Esquerda Diário, Diana Assunção, do grupo de mulheres Pão e Rosas e candidata a vereadora em São Paulo pela Bancada Revolucionária de Trabalhadores do MRT, disse:
“Robinho confessou o estupro coletivo em conversa com amigo. Uma situação repugnante, onde o jogador ri do que deixará marcas pro resto da vida na vítima. No país onde Carol Solberg é punida por gritar Fora Bolsonaro, a violência contra a mulher é encarada assim no esporte basta! Não é um detalhe que o Santos tenha contratado o jogador mesmo tendo acesso a esta conversa, e sabendo da condenação de Robinho na Itália. Robinho diz não estar nem aí porque aposta na impunidade, que é a regra para crimes desse tipo, ainda mais quando cometidos por ricaços como ele.
Enquanto isto, Carol Solberg é punida por se manifestar politicamente contra o presidente. Isto é uma demonstração impressionante do autoritarismo, do machismo que dominam o esporte enquanto ele é tratado como um lucrativo negócio nas mãos dos capitalistas. Contra isso nos organizamos e lutamos”.
Além disso, o jogador Robinho se comparou a Bolsonaro e disse estar sendo perseguido pela Globo em caso de estupro e afirmando que faria um gol em homenagem ao presidente, que já fez apologia ao estupro diante da imprensa, chegando a dizer a uma jornalista da Folha que ela “queria dar o furo”.
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