(Foto: Isac Nóbrega/PR)
Entre as despesas que o governo trata com adicionais, estão o aumento do salário mínimo de 1045 para 1088 reais e o acréscimo de emendas parlamentares, gasto que o governo usa para justificar o corte de 9,3 bi. O valor do salário mínimo é apenas uma estimativa, pois ele é ajustado de acordo com a inflação oficial, que será divulgada pelo IBGE no início de Janeiro.
O valor do salário mínimo é tomado como base para o cálculo de benefícios sociais e previdenciários e, por isso, a equipe econômica do governo joga a responsabilidade pela estrangulação do orçamento nas costas dos trabalhadores e dos beneficiários sociais, dizendo que a cada 1 real de aumento do salário mínimo, há uma pressão de 355 milhões sobre as finanças do país.
É absurdo como o governo esconde o verdadeiro culpado pelo estrangulamento das despesas do país: o Teto de Gastos, que determina que os gastos para o próximo ano sejam ajustados conforme a inflação e impõem um teto de investimento em gastos básicos para a população como saúde, educação e previdência. Nesse caminho, o objetivo do governo é jogar a crise econômica nas costas dos trabalhadores, aplicando reformas violentas que retiram direitos básicos como previdência e direitos trabalhistas, além de precarizar e sucatear a saúde e a educação, colocando-as na mira da privatização e longe do alcance dos trabalhadores, que, aos olhos do governo, devem morrer de fome ou de covid.
Já para o pagamento da dívida pública não há limites de gastos, pois o governo aplica essas reformas e o próprio Teto de Gastos para que os trabalhadores paguem, todos os anos, uma quantia enorme de dinheiro aos bolsos de banqueiros e empresários, honrando a ilegal e fraudulenta dívida pública que não foram os trabalhadores que geraram. Essa dívida existe justamente para subordinar a classe trabalhadora e precarizar sua vida diante do capital, impondo-lhe o pagamento dessa enorme quantia por meio da perda de direitos, do corte de salários, das demissões em massa e da a retirada de investimentos em serviços básicos como saúde, saneamento e educação.
Por isso, é necessário que os trabalhadores se mobilizem em seus locais de trabalho para exigir o fim do teto de gastos, que restringe enormemente o investimento em educação, saúde, previdência e coloca a responsabilidade do corte orçamentário nos trabalhadores. Além disso, é necessário exigir o não pagamento da dívida pública ilegal e fraudulenta que, todos os anos, arranca quantias enormes dos trabalhadores, por meio de reformas, ataques e desfinanciamento de serviços básicos, para pagar empresários e banqueiros estrangeiros, colocando os trabalhadores a pagarem o preço da sede de lucro dos capitalistas. Para isso, é necessário exigir o fim da trégua das centrais sindicais como CUT e CTB, respectivamente do PT e PCdoB, com o governo, para que parem de negociar a vida dos trabalhadores com o governo dos ricos, e passem a organizar os trabalhadores para lutar contra esses ataques.
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