Sérgio Moro (Podemos), queridinho da terceira via em 2022 do Estadão, Globo e de parcela significativa do capital financeiro, durante transmissão em uma rede social com o reacionário Kim Kataguiri, disse ter recebido R$ 3,6 milhões por 12 meses de contrato com escritório estadunidense Alvarez & Marsal. Além do rendimento mensal, ele afirmou ter recebido da consultoria um "bônus de contratação" de US$ 150 mil. Curiosamente (ou talvez nem tanto assim), o escritório administra a recuperação judicial das empreiteiras condenadas por ele.

O TCU está apurando possível "conflito de interesse" na atuação do ex-juiz da golpista e autoritária Lava Jato. Evidentemente, interesses é o que não faltam se olharmos seu histórico. Para citar alguns: sua formação no departamento de Estado dos EUA; a prisão arbitrária de Lula; os métodos coercitivos e autoritários de prisão, busca e apreensão; sua atuação com um dos principais articuladores do golpe institucional de 2016 e que, no final das contas, o lançou para a política e um cargo no governo Bolsonaro. Hipocrisia e corrupção chega a sobrar para Moro.

Fica claro que seus interesses foram e continuam sendo, além de enriquecer a si mesmo, possibilitar que mais e mais ataques passem contra os trabalhadores e o povo pobre, como bem quer o imperialismo estadunidense. O golpe institucional de 2016 passou inúmeras reformas e jogou a crise nas costas dos trabalhadores ainda mais profundamente do que já havia feito o PT - além de dar passagem a Bolsonaro, quem ele diz hoje combater.

Enquanto milhões de trabalhadores estão no desemprego, passando fome ou mesmo morrendo de COVID, o juiz golpista enche o bolso no exterior. Essa é a moral da burguesia nacional: contra a corrupção, cheia dons bons costumes e da moral íntegra no discurso; na realidade, fazem de tudo para burlar as regras e enriquecer ilicitamente como recompensa por beneficiar os mais nojentos e imorais capitalistas.

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