[ VEJA/Divulgação]
O deputado Daniel da Silveira foi condenado, no dia 20 de abril, pelo STF devido a ofensas e ameaças proferidas contra ministros do Supremo Tribunal Federal e por “incitar animosidade entre as forças armadas e o judiciário”.
No dia seguinte, Bolsonaro concedeu indulto ao parlamentar, que não obteve uma reação do STF na mesma proporção. Daniel Silveira é uma figura asquerosa da extrema-direita, porta-voz do racismo, machismo e de todo reacionarismo desse setor. Ele foi um dos responsáveis por quebrar a placa de Marielle Franco destilando todo seu ódio bolsonarista. Em outros momentos, o sujeito defendeu o AI-5 e intervenção militar.
Em meio aos embates entre o bolsonarista e o Supremo, com o indulto de Bolsonaro, nesta quarta-feira (27), Daniel Silveira foi eleito vice-presidente da Comissão de Segurança, além de ser confirmado como membro titular da CCJ.
Essa disputa entre os setores desse regime autoritário nada tem a ver com um combate à extrema-direita. De um lado está o STF, que foi um dos responsáveis por sustentar todo o governo Bolsonaro, além de ter tido participação direta no golpe institucional de 2016 e na prisão de Lula, acontecimentos estes que abriram caminho para Bolsonaro e a extrema-direita. Do outro lado dessa disputa, Daniel Silveira ainda conta com apoio de setores do centrão como Arthur Lira (Progressistas) e Rodrigo Pacheco (PSD), que defendem que uma possível cassação de Daniel Silveira seja decidida pelo Congresso. Até o momento, Lula não se pronunciou sobre o caso – e mesmo sobre o indulto dado por Bolsonaro, Lula falou timidamente, pois não deseja se enfrentar com o STF ou mesmo com seus aliados do centrão no Congresso Nacional.
STF e bolsonarismo se embatem no caso do Silveira, mas dão as mãos em questões centrais para a conservação do poder econômico – como nas reformas neoliberais e privatizações.
Em nenhum desses lados há a intenção de se combater a extrema-direita, ou combater o autoritarismo. São disputas entre setores de um regime autoritário, com seus interesses e objetivos, ambos responsáveis por realizar ataques à classe trabalhadora, atuando em conjunto na retirada de seus direitos. Para esta, só é possível combater a extrema-direita de maneira independente, através de sua organização e luta, sem confiar no STF, no Congresso, em alianças com a direita tradicional ou em qualquer outro setor desse regime político apodrecido.
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