Horas extras sendo pagas depois de dois meses. Faltam insumos. Remanejamentos feitos encima da hora, no meio da madrugada, impedindo que os trabalhadores possam organizar a própria vida. Muitos adoecendo com problemas de saúde mental pelo nível de cobrança. A tudo isso, se soma o calote do salário de novembro, que deveria estar na conta dos trabalhadores desde o quinto dia útil deste mês. Trabalhadoras que entraram em contato com a área de recursos humanos do hospital receberam a descarada notícia de que seus pagamentos estão “sem previsão”:

Eu liguei lá para o RH e eles disseram que não tem previsão de pagamento, “pode ser hoje”, “pode ser amanhã”, “pode ser mês que vem”, “pode ser daqui um ano” [...] aí eu disse nem daqui um ano, nem daqui um mês, que eu não vou trabalhar de graça. Ela disse “infelizmente eu não tenho culpa, foi o que passaram pra mim

O sindicato notificou o hospital e disse que irão tomar todas as providências para que seja pago o salário devido.

O Esquerda Diário se solidariza e se coloca à disposição destes trabalhadores para denunciar todo o abuso que o governo de Paulo Câmara do PSB está fazendo. Estes trabalhadores, que estiveram na linha de frente do combate contra a pandemia, tendo que ver vários de seus colegas adoecerem e morrerem, estiveram também batalhando contra o autoritarismo do STF, que vetou o piso nacional da enfermagem, o que faz com que esses trabalhadores cheguem a receber menos de um salário mínimo. É necessário apoiar os trabalhadores em sua mobilização e a exigência imediata do pagamento dos salários.