Infelizmente foi breve meu contato com Caio Paiva. Foi na adolescência, quando nós nos deparamos com todas as misérias e buscamos alguma saída. A sua presença me trouxe uma espécie de admiração imediata. Talvez pelo seu jeito carinhoso e engraçado, talvez porque Caio era um artista de vanguarda.

Dava pra perceber a sensibilidade que Caio carregava. Os artistas têm essa capacidade superior de sentir o mundo, por isso conseguem expelir um diálogo único com as inquietudes próprias de sua época. Ele era uma dessas pessoas.

Artes de Caio Paiva de 2014, época que o conheci

Quem vai pra vanguarda assume à frente e é mais vulnerável a todos os perigos. Assumiu riscos e a vida com certeza foi dura com ele. O choque nesse caso foi ainda maior porque, além de perder uma pessoa maravilhosa, claramente era só o começo de um caminho cheio de potencialidades. A humanidade perdeu muito do que ainda estava por vir dele.

E perdeu porque a sociedade de classes adoece e devora os errantes e os inadequados. Não suportam quem nada contra a maré. Mas nós seguiremos remando, lutando por liberar toda potencialidade humana. Para que a vida um dia seja tão bela como a arte e a sensibilidade dos Caios das próximas gerações transbordem sem limites.

Caio Paiva, Presente! Hoje e sempre.

Texto originalmente escrito na data de 11 de abril 2023