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Letras USP
Mais de 500 aprovam greve no matutino da Letras USP
Faísca USP
Julia Cardoso
Estudante de Ciências Sociais da USP

Contratação já de 114 professores! Unificar as lutas contra o desmonte da USP e Novo Ensino Médio!

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Durante esta manhã, quinta-feira 14/09, a assembleia do matutino do curso de letras da USP se colocou como vanguarda da mobilização aprovando uma greve para ser iniciada na próxima terça-feira, 19 de setembro.

A assembleia contou com a presença de cerca de 400 estudantes só no período matutino e com massivo apoio à greve entre os estudantes, frente a todo o cenário de precarização que já viemos denunciando. O levantamento realizado pelo CAELL coloca a necessidade de contratação de pelo menos 114 professores, para que não se concretize o fechamento das habilitações do DLO, com destaque ao Coreano e Japonês que são sustentadas por uma quantidade irrisória de professores.

Para além da aprovação da greve que será iniciada na próxima terça-feira, 19, sem tempo determinado para se encerrar, também se aprovou uma próxima assembleia para segunda-feira, 18, para que os estudantes possam debater as especificidades dos métodos de greve, entre elas o comando de greve, o qual é um debate fundamental para que os estudantes sejam sujeitos de decidir os rumos da greve e também para construirmos com massividade a mobilização, para que haja a presença dos estudantes durante a greve e que sejamos nós a decidir cada passo da mobilização, as atividades que farão parte do calendário de greve, as decisões de cada aspecto da luta da forma mais democrática possível.

Ou seja, o que se coloca aqui é uma vanguarda que já aprovou um processo de greve e deve servir de apoio e exemplo para os demais cursos, principalmente da FFLCH, que também são alvo da reitoria e dos governos. Isso porque, também são cursos precarizados e que enfrentam falta de professores e contratos de docentes precários. E mais que isso, algo que une os cursos e explica tamanha precarização das humanidades na universidade, isso é a reforma do Novo Ensino Médio.

Essa reforma que teve sua aplicação sob o governo Temer durante o golpe institucional e agora é aplicada, estando bastante avançada nas escolas do estado de SP muito por uma política pelo governo privatista de Tarcísio de Freitas, mas também ocorre sob a complacência do governo federal de Lula-Alckmin que em nada se comprometem a revogar. É importante vermos que a aplicação do Novo Ensino Médio não está se dando apenas nas escolas básicas mas também da USP.

Pode-se ver claramente que a USP está se preparando ao Novo Ensino Médio, quando vemos que essa reforma não só colocou toda a retirada das disciplinas do currículo do ensino médio nas escolas, estabelecendo a redução de cerca de 600 horas das chamadas ‘áreas do conhecimento’ que incluem as disciplinas de humanidades, como já colocamos acima, mas também alterou as bases da BNCC e da LDB, o que coloca uma adaptação das competências e habilidades a serem desenvolvidas para os professores no ensino superior para um ensino empresarial, que há anos, desde a criação do ‘Todos Pela Educação’ (2005, governo Lula), é disputado por grandes monopólios e grupos empresariais.

Não só a precarização ameaça o fechamento dos cursos de humanas, não só já se institui a reforma curricular nas matérias obrigatórias para nos formarmos - como é o caso do curso de História - mas como também temos um grande monopólio privado com sede dentro da USP. Isso porque, o campus USP Ribeirão tem associação com o Instituto Ayrton Senna que é parte do ‘Todos Pela Educação’. E ainda mais, além de ser um grupo privado com sede dentro da USP, este é um instituto que produz conteúdo massivo sobre o NEM e opera para a sua aplicação dentro da universidade.

Ou seja, essa colaboração significa diretamente a USP, a recém dita 1ª universidade no ranking da América Latina, não só precarizando os cursos que são mais atacados pela reforma, mas também contribuindo para a implementação do Novo Ensino Médio.

Aqui vemos, que o que está por trás do desmonte estratégico de atacar os cursos de humanidades e não oferecer professores suficientes para que possamos nos formar nos cursos em que escolhemos é mais do que a ausência de interesse em formar professores críticos, afinal nem as disciplinas que estudamos poderemos lecionar nas escola. Vemos que o que está em jogo é a entrega do ensino, em nível básico e superior, ao grande monopólio privado.

Em vista disso, é mais que urgente a greve na Letras, em toda a FFLCH e USP. Também a associação de nossa greve aos ataques nacionais, dado que como colocamos acima, esses ataques não acontecem por si só, mas são parte de um projeto de precarização e de ensino privatista e empresarial que serve apenas aos lucros dos capitalistas.

E parte fundamental de construir uma greve vitoriosa é construirmos uma greve viva. Por isso, que na próxima assembleia de segunda é importante que levantemos atividades políticas atrativas, que sejam inclusive propostas pelos estudantes, e para que a greve seja feita pelos estudantes. É o momento de nos apropriarmos de todo o conhecimento crítico rico em arte, cultura e política que aprendemos na universidade e o utilizemos para construir um forte greve que luta por educação de qualidade, mas que passe também por questionar cada ataque que nos é colocado a nível estadual e federal, questionar a sociedade de classes de conjunto. Utilizemos do conhecimento e da arte para nos livrarmos das amarras da precarização capitalista!

Por uma forte greve na Letras contra a precarização da educação, contratação já e revogação do NEM!

O momento agora é de, sobretudo confiarmos apenas nas nossas forças sem nenhuma confiança nas reitorias e nos governos, e de fortalecermos todos os espaços de assembleias para que sigamos tendo assembleias massivas como vimos hoje pela manhã e que a mobilização na letras seja viva feita e sirva de exemplo para os outros cursos para que em unidade entre todas as forças políticas, em aliança aos professores e trabalhadores, arranquemos as demandas de todos os cursos.

Por uma greve forte que coloque fim na precarização do ensino e do trabalho dentro da USP, que lute por permanência para que possamos estudar com qualidade. E que seja uma greve que sirva de ponto de apoio para a luta contra o Novo Ensino Médio que precariza o ensino e ameaça o futuro de nossos jovens e professores!

Leia também: A USP se prepara para o NEM: Por uma forte greve contra a precarização da educação, contratação já!

 
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