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Precarização do SUS
O colapso das emergências hospitalares em Porto Alegre e os cortes na saúde
Fabricio Pena

A maioria das emergências de Porto Alegre e região entraram em colapso por superlotação. Neste momento, somente casos envolvendo risco direto de vida são atendidos, deixando boa parte da população sem o devido atendimento. Além disso, essa situação gera sobrecarga para os trabalhadores da saúde que precisam se virar em dois para cobrir toda a demanda.

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Segundo reportagem da RBS a superlotação é a realidade de quase todas emergências hospitalares de Porto Alegre e Região Metropolitana. Em Porto Alegre, quatro grandes hospitais apresentam superlotação: Hospital de Clínicas (235%, 132 pacientes para 56 leitos), a emergência SUS da Santa Casa de Misericórdia (270%, 65 pacientes para 24 leitos), o São Lucas da PUCRS (160%) e o Hospital Conceição (194%, 99 pacientes para 51 leitos). Os hospitais de Gravataí, Esteio, São Leopoldo, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul e Canoas também registram a mesma situação de superlotação das emergências adultas.

Essa dura realidade afeta principalmente quem não tem condições de pagar por um atendimento privado. E mesmo nos casos mais graves que envolvem risco imediato de vida não é garantido o devido atendimento, pois não existem mais leitos disponíveis. E quem depende de um atendimento que não envolve risco imediato de vida terá que voltar para casa e agravar seu quadro de saúde, ou se endividar para buscar um atendimento privado.

Os trabalhadores da saúde são diretamente afetados. Enquanto não tem leitos disponíveis, a sobrecarga dos hospitais recai sobre suas costas. Um plantão de 12 horas com uma superlotação de mais de 200% é um cenário de guerra. São inúmeras trabalhadoras e trabalhadores que sequer têm o direito ao piso da enfermagem garantido, que asseguram o mínimo atendimento nesse cenário precário.

Esse colapso é resultado direto do corte de verbas na saúde. São décadas de um orçamento abaixo do necessário. Enquanto os hospitais colapsam, o governo Lula segue avançando com o arcabouço fiscal, tudo para garantir o pagamento de uma dívida pública fraudulenta. Assim, a iniciativa privada estoura sua champanhe para comemorar os recordes de lucro. O que para a maioria da população trabalhadora é um pandemônio, para os tubarões da saúde privada é uma oportunidade de lucrar e desenvolver seus monopólios, e os bancos comemoram a possibilidade de maiores endividamentos.

Por isso dizemos que somente a classe trabalhadora pode apontar uma saída de fato para esta crise. É necessário lutar contra os cortes milionários na saúde aplicados por Lula e Leite, e ampliar o investimento de acordo com a demanda. Assim como acabar com o arcabouço fiscal. Garantir o piso da enfermagem sem vínculo com a carga horária e nenhuma restrição. Além disso, investir num plano de obras públicas para construir mais leitos e expropriar toda rede privada de saúde e colocar à disposição da população. Somente um SUS 100% público sob controle dos trabalhadores e usuários pode cobrir toda a demanda por atendimento, e isso só será possível atacando os interesses dos capitalistas que lucram com nossa desgraça.

Imagem: Félix Zucco / Agencia RBS

 
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