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1M | 1M: Precisamos de atos independentes da burocracia sindical para defender um programa dos trabalhadores e rechaçar o bolsonarismo nas ruas!

Neste primeiro de maio, as grandes centrais sindicais farão atos eleitorais em defesa da conciliação de classe e da chapa Lula-Alckmin. A extrema-direita está convocando atos para fortalecer as pautas bolsonaristas, sua candidatura, e seu discurso golpista na disputa com o autoritarismo judiciário. Precisamos de atos independentes, para defender as necessidades da classe trabalhadora, que sofre em meio à crise, rechaçar a extrema-direita nas ruas, e fortalecer uma posição de independência de classe. Esse é nosso chamado a todos da esquerda que não estão se diluindo na política de conciliação de classes do PT, como a CSP-Conlutas e o Polo Socialista Revolucionário.

terça-feira 26 de abril de 2022 | Edição do dia

Nossa classe amarga a maior inflação em 30 anos, o aumento do desemprego, a intensificação da fome que atinge milhões, e o peso de todos os ataques do governo reacionário de Bolsonaro. Enquanto isso, as burocracias sindicais das centrais, como CUT, CTB e Força Sindical, convocam neste 1º de Maio - dia internacional e histórico de luta da classe trabalhadora - atos que apontam justamente contra a organização independente e a luta da nossa classe para combater esses ataques. Chamam atos eleitorais em defesa da conciliação de classe e da chapa Lula-Alckmin, e querem canalizar a indignação com o sofrimento da nossa classe para uma política que, conciliando com os capitalistas, golpistas e instituições do regime, não pode responder às nossas necessidades.

Os atos ocorrerão em todo o país, e o principal será em São Paulo, no Pacaembu, onde estará Lula. O caráter eleitoral do ato é tão claro que a CSB, dirigida pelo PDT de Ciro Gomes, não participará porque seu candidato não teria “protagonismo”. E o caráter de conciliação de classe é igualmente tão claro que está convidado até mesmo um bolsonarista como Artur Lira, personagem chave da base do governo e dos ataques contra nossa classe, e também Luiz Fux, presidente do STF que aparece em disputa com Bolsonaro, mas que segue com o autoritarismo judiciário que avalizou o golpe, a prisão de Lula, pavimentou o caminho de Bolsonaro ao governo, e que agora mesmo mantém os ataques contra os trabalhadores, como o recente ataque à greve da educação de MG.

Uma demonstração de como essa política vai contra a defesa mesmo das necessidades mais elementares da nossa classe é a discussão sobre a reforma trabalhista. Representantes da ala direita da burocracia sindical, como Paulinho da Força, seguem trabalhando em defesa da manutenção da reforma. E Lula agora voltou a se posicionar contra a revogação da reforma, para agradar o empresariado. Defendendo a revisão somente do trabalho intermitente e do financiamento sindical, que é a questão que realmente importa à burocracia sindical. Assim como a regulamentação da uberização, um caminho para regularizar que milhões trabalhadores tenham menos direitos, como debatemos aqui.

É preciso independência para rechaçar a direita nas ruas

Enquanto isso, a extrema-direita convoca atos em algumas cidades, e em especial na Av. Paulista em São Paulo, uma provocação no dia internacional de luta da classe trabalhadora, que precisamos rechaçar. Além disso, tem também o objetivo de fortalecer a candidatura de Bolsonaro, as pautas bolsonaristas, como a defesa do reacionário Daniel Silveira, e o discurso golpista que Bolsonaro tem intensificado, com apoio de setores das forças armadas, em sua disputa com o STF, que por sua vez segue sendo a cabeça de um autoritarismo judiciário e de ataques a nossa classe.

Podemos ver nos chamados para esse dia uma representação da situação posta no país: frente ao reacionarismo da extrema direita, as centrais sindicais e o PT buscam canalizar todo o ódio ao bolsonarismo para sua política e para sua campanha eleitoral. Mas sua política é a conciliação de classes com a direita, com os articuladores do golpe institucional, e até mesmo com um bolsonarista como Lira, e com o STF que pavimentou o caminho para o governo Bolsonaro. Não é possível combater a extrema-direita assim. Essa política de conciliação é uma falsa promessa, e o PT quer convencer nossa classe de que não há outra alternativa.

Mas sim, há. A organização independente da nossa classe. O único caminho realmente capaz de enfrentar a extrema direita. E é o que precisamos expressar nesse primeiro de maio.

Por atos classistas independentes no 1M!

Precisamos expressar nas ruas a defesa da independência de classe, em atos sem representantes da burguesia, para realmente enfrentar o governo Bolsonaro/Mourão, os militares e as instituições do regime, e defender as necessidades da nossa classe. Para batalhar pelo fortalecimento e unificação das lutas que diversas categorias de trabalhadores vêm protagonizando, como vimos no caso dos garis do RJ, dos trabalhadores da Avibras, do INSS. Atos que fortaleçam a brava luta dos operários da CSN que se enfrentam com a patronal em Volta Redonda. Que denunciem o papel do STF ao derrubar na semana passada o reajuste salarial conquistado pela greve da educação de Minas Gerais. Essas lutas são ainda iniciais, e estão isoladas por conta da política da burocracia sindical, mas apontam o caminho para enfrentar a extrema-direita e os ataques do governo e das diversas instituições do regime.

Precisamos de atos independente para levantar um programa que responda às necessidades da nossa classe. Pela revogação integral e imediata da reforma trabalhista e de todas as reformas e privatizações! Pelo reajuste automático dos salários de acordo com a inflação, emprego para todos e contra a precarização do trabalho! Por auxílio de um salário mínimo para todos desempregados! Pela redução drástica e imediata dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, e por uma Petrobrás 100% estatal e sob controle dos trabalhadores e da população!

Batalhamos também por uma política de independência de classe internacionalmente, contra a guerra na Ucrânia, pela retirada das tropas russas da Ucrânia, bem como contra a OTAN e pela retirada de suas tropas da Europa do Leste, rechaçando o rearmamento imperialista. Nos irmanamos com os trabalhadores dos EUA que, em empresas como a Amazon, estão conseguindo com uma dura luta impôr seu direito de sindicalização e organização para enfrentar a exploração pelos homens mais ricos do mundo, no coração do capitalismo imperialista!

Nas últimas semanas, viemos assistindo o PSOL consolidar sua diluição junto à chapa Lula-Alckmin e à Rede de Marina Silva, e esse caminho deve se repetir no primeiro de maio. Pelo que se noticia, as intersindicais e a maioria do PSOL seguem participando da preparação do ato junto à CUT, Força Sindical e vários representantes da burguesia. Uma política que só contribui para enfraquecer a luta da nossa classe.

Frente a isso, chamamos os setores da esquerda críticos a esse caminho e que defendem uma política independente do PT para construirmos atos independentes, em São Paulo, mas também nacionalmente, já que em todo o país os atos organizados pela burocracia sindical estarão a serviço da mesma política de conciliação de classe. Fazemos esse chamado em primeiro lugar à CSP-Conlutas e ao Polo Socialista Revolucionário, que nós do MRT integramos com o objetivo de fortalecer uma política de independência de classe, como a que expressamos aqui, mas também a todos do PSOL que queiram lutar por uma política independente do PT e seus aliados burgueses no 1M, assim como ao PCB e à UP.




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