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Professores SP | 31º Congresso do Sinpeem: acompanhe por aqui a intervenção do Nossa Classe Educação

Nossa Classe Educação está essa semana no 31º Congresso do Sinpeem na batalha por um caminho de retomada desse importante sindicato para as mãos dos educadores municipais de SP e pelo enfrentando contra Bolsonaro e a direita na a luta de classes. Acompanhe essa semana a cobertura especial pelo Esquerda Diário.

terça-feira 18 de outubro de 2022 | Edição do dia

Chegamos ao 31º Congresso do SINPEEM durante um difícil momento político no país. Independentemente dos resultados no segundo turno, a extrema-direita já mostrou que conseguiu se relocalizar politicamente para seguir com sua política devastadora da educação e da saúde públicas, dos nossos direitos trabalhistas, da juventude, do meio ambiente e dos direitos dos setores mais oprimidos – como as mulheres, maioria da categoria, do povo negro, da população LGBTQIA+ e dos povos originários.

Diante disso e por estarmos em uma categoria de luta como a nossa, que faz parte do dia a dia da vida de tantas famílias de trabalhadores e da juventude, este Congresso deve servir como um espaço importante para nos prepararmos para as batalhas que estão por vir. Nós, do Movimento Nossa Classe Educação, acreditamos que só a força da nossa classe pode derrotar o bolsonarismo, assim como as reformas e os ataques aprovados nos ultimos anos. Para isso, precisamos retomar o caminho da auto-organização dos trabalhadores pela base, batalhando por um sindicato democrático e sobretudo com uma política independente de qualquer governo eleito, em unidade com a juventude que hoje, dia 18, toma as ruas nacionalmente contra os cortes de Bolsonaro às universidades federais e com o conjunto da classe trabalhadora, para trazer este combate para o único terreno em que pode triunfar o nosso rechaço organizado à extrema-direita e também a todas variantes neoliberais da direita tradicional, como Alckmin e Ricardo Nunes, inimigos da educação pública: o terreno da luta de classes.

Hoje vemos que a passividade das centrais sindicais, como CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, não impulsionou o rechaço ao bolsonarismo em luta nas ruas, mas sim auxiliou para que a confiança da nossa classe fosse canalizada em promessas eleitorais de uma frente ampla, representada pela chapa Lula-Alckmin em conjunto com setores da direita, como políticos burgueses, setores do empresariado e do capital financeiro, como a FIESP e a FEBRABAN. Esta política, ao invés de enfraquecer, tem aberto mais espaço para a extrema-direita se fortalecer. Por isso, nós viemos fazendo críticas à esquerda, como ao PSOL, hoje federado à Rede. Pois se adaptar a uma chapa com a direita afasta ainda mais a nossa classe de uma saída independente dos patrões e alimenta a confiança dos trabalhadores na mesma direita que implementou um golpe institucional em 2016 e aprovou, junto a Bolsonaro, todas as reformas contra nossas vidas, responsáveis pela piora das condições de vida e trabalho e miséria vivida pelas famílias de nossos estudantes.

Nós não podemos abrir mão da construção de uma saída pelas nossas mãos, sem se aliar com a direita. E para essa batalha é fundamental também um forte sindicato para que uma categoria tão importante como a nossa possa realmente se organizar. Entretanto, no último período, não pudemos contar com os espaços democráticos da categoria, como os REs, Conselhos e Assembleias, o direito a voz e voto da base foi cerceado, nos impedindo de sermos sujeitos da construção e organização das nossas lutas. O aprofundamento da burocratização no interior do nosso sindicato, culminou no abandono dos trabalhadores na greve pela vida que durou 120 dias, no fechamento da entidade por quase 2 anos e uma série de práticas injustificáveis. Porém, não impediu a direção de realizar eleições virtuais, sem qualquer transparência, se reelegendo com menos de 10% de participação dos sindicalizados enquanto milhares morriam na pandemia pelo país, inclusive educadores.

Cláudio Fonseca – do Cidadania, partido que apoiou mais de 80% dos ataques de Bolsonaro na Câmara e que está em federação com o reacionário PSDB – é a cara de uma direção autoritária que se mostra como um obstáculo à organização e luta dos educadores municipais, tomando pra si nossa entidade, com métodos que subordinam o sindicato aos interesses da política de direita do Cidadania, enquanto sufoca o potencial de luta das educadores e educadores que já travaram importantes lutas pelos seus direitos – sendo um ponto de apoio para trabalhadores de todo o país, como na luta contra o SAMPAPREV de Doria onde estávamos nas ruas ao lado de 120 mil servidores – e desvia o nosso rechaço para uma política mentirosa de confiarmos em reuniões a portas fechadas com o prefeito Nunes e o governo.

Precisamos resgatar nosso sindicato para as nossas mãos, batalhar pela retomada presencial dos REs, Conselhos e Assembleias com pleno direito de fala, que a categoria possa fazer propostas e colocá-las em votação, pela realização de uma assembleia estatutária que reveja o formato virtual das eleições e imponha a reabertura das subsedes para nos organizarmos em cada região, assim como nos permita implementar as Secretarias de Mulheres e LGBTs e de Negras e Negros dentro da nossa entidade, tudo isso com uma política de independência dos patrões e governos, sem se aliar nem confiar naqueles que nos atacam.

Para essas batalhas acreditamos ser necessário reunir os setores combativos e classistas da oposição.

Contra a extrema-direita e os ataques, nenhuma confiança nas alianças com a direita! Toda confiança na força organizada dos trabalhadores! Por um sindicato independente nas mãos dos trabalhadores!

Veja aqui a declaração completa do Nossa Classe Educação:
Retomar o Sinpeem para as mãos dos educadores e enfrentar o Bolsonaro e a direita com a nossa luta!

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