Pesquisa apontou que o garimpo ilegal é o responsável pela contaminação de pescados da região e, consequentemente, também do alto índice de mercúrio no sangue da população do município, cuja média é quase quatro vezes maior do que o limite apontado como seguro por parte da OMS.
quinta-feira 17 de março de 2022 | Edição do dia
IMAGEM: Paulo Basta/Fiocruz
No dia 28 de fevereiro deste ano foi publicado um artigo na revista “International Journal of Environmental Reserach and Public Health” cujas conclusões apontavam que o garimpo ilegal na região do alto e médio rio Tapajós, no município de Santarém (PA), é o responsável pela contaminação dos pescados da região e, dessa forma, pelos altos níveis de mercúrio presentes no sangue dos moradores do município.
Os dados foram adquiridos por uma pesquisa da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) em parceria com a Fiocruz e o WWF, em que se coletou o sangue de 462 pessoas entre 2015 e 2019, onde todos os participantes tinha níveis altos de mercúrio no sangue e 75,6% deles apresentaram concentrações acima do limite de 10 microgramas por litro, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo que a média do nível de concentração da população é quase quatro vezes superior a esse limite.
A pesquisa também se ateve na população além da ribeirinha, onde 57,1% dos moradores da região urbana do município apresentavam taxas acima do considerado seguro pela OMS, sendo que entre os moradores de outras partes como os que vivem às margens do rio Tapajós, a taxa era de 59,5%, enquanto os que moravam nas margens do rio Amazonas, 40,5%.
Esses dados apontam como exploração do meio ambiente vem escalonando a níveis catastróficos no país, mesmo as custas da própria saúde e vida da população, enquanto o avanço do garimpo ilegal vem se alastrando junto a diversas tragédias entre as populações próximas a essas atividades.
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